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Retomada do trabalho presencial aumenta procura por creches caninas em SP

Os serviços de hospedagem, que contam com piscina e sessão de cromoterapia, são uma opção para que os pets se acostumem à ausência dos tutores

Por Nathália Meirinho
18 mar 2022, 06h00

Malu, uma vira-lata — ou SRD (sem raça definida) — foi adotada pela fonoaudióloga e professora universitária Tamires Cleto, 30, e pela publicitária Marina Raats, 31, em julho do ano passado. Tinha uma vida de mimos, sempre acompanhada das tutoras. Desde novembro, porém, as duas saíram do home office e voltaram a trabalhar no sistema híbrido, parte em casa e parte no escritório. “Só de a gente sair para descer o lixo, ela já chorava muuuito”, comenta Tamires.

Para evitar um choque ainda maior quando elas voltassem a trabalhar fora de casa, o casal decidiu deixar o pet numa creche para cães, duas vezes por semana, a partir de outubro, para que ela fosse gradualmente se acostumando com a ausência. Foi uma virada para Malu. “Ela fez amigos, é supersociável. Só é meio preguicinha para algumas atividades de agilidade”, se diverte Tamires.

A busca por esse tipo de serviço de hospedagem de um dia cresceu na cidade. Colaboram para o aumento o fato de haver um grande número de novos “pais — e mães — de pet” da pandemia. Para se ter uma ideia, a Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) calcula que a procura de animais para adoção aumentou em 400% nos primeiros meses de isolamento social, o que fez o setor se movimentar.

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A creche Patinhas Urbanas, em Santana, contabiliza que, entre agosto e dezembro do ano passado, período em que muitas empresas começaram a voltar ao presencial, houve um aumento de 10% ao mês no número de matriculados. Ali, os pets socializam e participam de atividades como natação, corrida e banho de mangueira — o uso do daycare, de 6 a 10 horas por dia, custa 90 reais.

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Um cachorro pula em uma piscina enquanto outros três nadam no canto. Todos são da raça Golden Retriever
Piscina: atração da Patinhas Urbanas (Vanessa Sallesaro/Divulgação)

A Hakuna Matata, em Mirandópolis, onde os cães têm acesso a sessões de musicoterapia e cromoterapia (diárias a 85 reais), registrou crescimento de 32% entre dezembro e fevereiro. De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB), houve um incremento de 15,6% no rendimento do setor de serviços gerais para bichos de estimação, do qual as creches fazem parte junto dos hotéis, entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. O faturamento dessa fatia corresponde a quase 10% do total do mercado pet no país, o equivalente a quase 5 bilhões de reais.

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Como saber se seu cão está sofrendo muito sozinho? Agitação extrema e dificuldade em relaxar na ausência do tutor são sinais típicos de uma síndrome conhecida como ansiedade de separação, diz a veterinária Cinthya Ugliara, da rede Petland&CO. “Prevenir o problema é mais importante do que tratá-lo. Por isso, o ideal é gradualmente adaptar os animais à nova rotina, como deixá-los na creche alguns dias na semana antes da retomada definitiva do trabalho presencial”. E é preciso cuidado para escolher o lugar ideal. Levar em consideração se o estabelecimento separa os bichos por porte a fim de evitar brigas e acidentes, e se os monitores são devidamente capacitados. “É preciso também verificar se há a presença de um veterinário responsável que exija a apresentação de exames e comprovantes de vacinação”, diz Mônica Chiri, da clínica Magna Vita, no Brooklin.

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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de março de 2022, edição nº 2781

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