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Exposição de Regina Silveira apresenta obra feita para escola no Japão

Individual na Galeria Luciana Brito também reúne desenhos de processos, nunca revelados pela artista

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h07 - Publicado em 15 jun 2016, 20h57

A recém-inaugurada instalação na Trienal de Setouchi, no Japão, é uma coroação da artista Regina Silveira, que ganha mais uma individual na Luciana Brito Galeria, no Jardim Europa. Aos 77 anos, Regina produz criações de cada vez maior escala e impacto, numa trajetória intensa e cheia de surpresas.

O céu estampado numa imagem codificada em ponto cruz forma o destaque da mostra Tramados. A instalação de cerâmica é um desdobramento do trabalho eleito por ela para representá-la na ilha de Ogijima, no Japão. Parte de um arquipélago totalmente abandonado por pescadores, a ilha tem 300 gatos e pouco mais de 100 pessoas, e a escola que recebeu sua instalação é frequentada por nada mais do que quatro alunos e oito professores.

Impressionada com o número de alunos da escola, Regina pensou fazer cópias de suas pegadas e as estampar diversas vezes na fachada do prédio: “Era como um desejo de multiplicação”, explica. O projeto original, porém, foi por água abaixo. “Uma das crianças tinha tripofofobia, que é medo de unidades escuras, e ficou aterrorizada com a ideia de ter que pisar numa tinta preta”, conta. O céu em ponto cruz não teria erro.

Externa do MASP, Avenida Paulista
Externa do MASP, Avenida Paulista ()
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Quem viu nunca irá esquecer de um trabalho parecido que cobriu o Masp em 2010. Era a imagem em ponto cruz de um céu, como se tivesse sido bordada em toda a fachada do prédio. A obra remetia ao trabalho artesanal e ao feminino, mas também aos pixels e à tecnologia. Faz tempo que a artista de Porto Alegre elegeu São Paulo como sua tela em branco. Foi com esse trabalho, porém – cuja maquete também é exposta na Luciana Brito Galeria -, que ela teve sua maior aparição pública por aqui.

Tramazul foi mais um caso no qual a ideia original da artista teve que ser alterada. A proposta era colocar os adesivos de vinil no vão da construção. “As paredes estavam tão sujas que o vinil não grudava”, lembra Regina. “Aí decidi colar nos vidros”, acrescenta. Ser artista significa ter muito jogo de cintura.

Regina Silveira_Biblioteca Mário de Andrade_
Regina Silveira_Biblioteca Mário de Andrade_ ()
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Em novembro de 2014, ela assinou outra obra pública da cidade: a calçada da Biblioteca Mário de Andrade. Foram dez anos trabalho para que a obra PARALER, um mosaico de quase mil metros quadrados, pudesse ser inaugurado na esquina da Rua da Consolação com a Avenida São Luís. Os dois milhões de placas de porcelanato também remetem a um bordado, com a palavra “biblioteca” escrita em diversas línguas.

Regina Silveira
Regina Silveira ()

Um bom número destes processos de trabalho também podem ser vistos na galeria pela primeira vez. São rascunhos que denotam contas matemáticas, traços definitivos e outros rabiscos nem tão definitivos assim. O conjunto forma algo parecido com um diário da cabeça geniosa de Regina Silveira.

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