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Sem recursos para se manter, Parque Serra da Capivara fecha as portas

Niède Guidon, principal figura na luta pela conservação do local, ordenou a saída de funcionários após bloqueio de recursos

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h01 - Publicado em 17 ago 2016, 18h51

Uma das maiores atrações culturais e turísticas do país, o Parque Serra da Capivara, localizado em Raimundo Nonato, no Piauí, fechou as portas nesta quarta-feira (17). O motivo é a falta de verbas.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, divulgou na tarde de hoje uma nota afirmando que fez um repasse emergencial de 1 milhão de reais, proveniente do orçamento da pasta, para a manutenção do parque; mas ainda não há previsão para a reabertura do local.

Criado em 1979, o parque nacional é Patrimônio Mundial da Unesco e abriga os mais antigos vestígios da ocupação humana no país, com mais de 30 000 pinturas rupestres. Ele é administrado desde 1986 pela arqueóloga Niède Guidon, a primeira pesquisadora a investigar as pinturas; mas há anos ela vinha se queixando da escassez de recursos para a manutenção do lugar.

Inscrições rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara
Inscrições rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara ()
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A seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Piauí havia entrado com uma ação civil pública contra a União, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para obrigá-los a fazer uma dotação específica para manutenção, funcionamento e preservação do parque. O juiz, porém, rejeitou a liberação do recurso. Ao saber da decisão na manhã de ontem, Niède decidiu paralisar os serviços.

Canyon do Parque Nacional da Serra da Capivara
Canyon do Parque Nacional da Serra da Capivara ()

A mensagem, obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo diz: “Niède Guidon acabou de ordenar a saída imediata dos seus funcionários do parque, alegando que se a Fumdham (Fundação Museu do Homem Americano, criada para preservar o parque) e o ICMBio não têm termo que possibilite o repasse de recurso, também não pode estar desempenhando atividades no parque. As guariteiras vão se retirar assim que saírem os últimos turistas e não retornam mais. Amanhã (17) e sexta (18) o parque estará fechado”. A Unesco também foi informada.

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Pedra furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara
Pedra furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara ()

Custos

Niéde relatou que o parque, de 129 000 hectares, tem hoje somente 36 funcionários (já foram mais de 270 há dois anos) e que o salário deles do mês passado – no total de 53 000 reais -, ela pagou do próprio bolso. Para funcionar em condições mínimas, com 78 funcionários em 13 guaritas, seriam necessários 250 000 reais por mês.

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