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Olhe para os lados: 8ª Mostra de Fotografia colore São Paulo

Exposição na Vila Madalena propõe nova relação com o espaço urbano

Por Abril Branded Content
Atualizado em 8 nov 2017, 15h00 - Publicado em 8 nov 2017, 15h00

“Acho que a gente nunca vai conhecer São Paulo inteira. Esse é o grande bacana da cidade: estar sempre descobrindo alguma coisa nova. Andar, conhecer, parar, olhar, enxergar, registrar.” Quem disse isso foi Anderson Monteiro, 33 anos, que trabalha como contador e tem muito interesse em fotografia e sua relação com a cidade. Foi esse interesse que o levou à Vila Madalena para participar das atividades gratuitas promovidas pela Casa #hellocidades em São Paulo. “Vim na quinta, na sexta e [no sábado] de novo. Os temas que estão abordando são muito atuais”, conta entusiasmado.

No último sábado, 28 de outubro, Mônica Maia e Fernando Costa Netto, curadores da Casa #hellocidades e da 8ª Mostra SP de Fotografia, guiaram um passeio pelas fotos instaladas nas ruas e galerias da Vila Madalena. Em seguida, a HelloTalk “Ocupação e Arqueologia Urbana”, um bate-papo mediado pelo jornalista Jackson Araújo, reuniu o empresário e arqueólogo urbano Facundo Guerra, a jornalista, escritora e DJ Cláudia Assef, o artista Claudio Bueno e a arquiteta Carolina Bueno.

Nesse dia, os fotógrafos Laura Uyeno e Luiz Henrique Rocha Rodrigues acordaram cedo para conhecer a Mostra SP de Fotografia. Com a ajuda de um mapa, caçaram as obras distribuídas pelos muros e paredes da Vila Madalena e terminaram a caminhada na Casa#hellocidades. Chegando lá, descobriram que o tour guiado pelos curadores estava prestes a começar, então se juntaram para refazer o passeio, agora com as informações privilegiadas de Mônica Maia e Fernando Costa Netto.

“Essa mostra é uma releitura de algumas fotos que a gente já tinha visto na SP Arte junto com outras obras novas”, diz Laura Uyeno. Ela ressalta a grande diferença entre os dois eventos: “nós vemos aqui a inserção da foto na cidade. É interessante como elas foram relacionadas com o ambiente em que foram instaladas. A foto ganha um lugar de instalação, que é algo que me interessa hoje como fotógrafa”, diz.

A fotografia e a cidade

É exatamente essa relação que os curadores pretendem estabelecer ao expor as fotografias como lambe-lambes nas paredes do bairro. A proposta é que as pessoas que caminham pela Vila Madalena parem um pouco diante das fotos e se relacionem com elas. “Embaixo [de cada imagem] tem um texto que explica o que é a foto, que faz parte de um trabalho maior. E tem um link pra quem quiser acompanhar o trabalho todo do fotógrafo”, diz Fernando Costa Netto.

Ele convida todos a passearem pelos outros espaços de arte da Vila Madalena usando o mapa e o catálogo da Mostra como guias, da forma como fizeram Laura e Luiz Henrique. “Queremos fazer o caminho inverso do grafite, que saiu da rua e foi pro museu. Tiramos a fotografia do museu e levamos pra rua”, explica Fernando.

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Caminhada fotográfica levou curadores da exposição para a rua para falar sobre as imagens e sua relação com o espaço (Lívia Aguiar/Divulgação)

Ao saírem das galerias para o espaço público, as fotografias expandem seu significado para além da intenção do fotógrafo. Mauro Rodrigues, arquiteto, é paulistano, e essa foi sua primeira visita à Mostra SP de Fotografia, que está na oitava edição. Uma das fotos que mais o atraiu foi a de David Alan Harvey, localizada na rua Harmonia, 255.

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“A foto retrata o torso de uma mulher na água e está instalada na rua bem no alto, dentro de um frame transparente que dá um brilho especial. O diálogo da foto com o grafite da rua, com as árvores, com os edifícios em volta foi o que mais me chamou a atenção nessa obra. Acho que é uma das mais bonitas que a gente visitou no tour guiado.” A curadora Mônica Maia completa que a Mostra SP de Fotografia é um convite para se reconectar com a cidade, “pra todo mundo andar pelo bairro olhando para os lados”, orienta.

Bate papo

A exposição coletiva tem fotos instaladas na DOC Galeria (Rua Aspicuelta, 145), no Espaço Revista Cult (Rua Aspicuelta, 99) e na São Paulo Tap House (Rua Girassol, 340). E, claro, na Casa #hellocidades. Uma das mostras que acontece lá é de Facundo Guerra, empresário da noite paulistana que não se declara como fotógrafo, mas assina a série “São Paulo: Eixo Z”, com cliques aéreos feitos com a ajuda de um drone.

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As fotos destacam os contrastes arquitetônicos e sociais de São Paulo, que foram tema de discussão no HelloTalk sobre Arqueologia Urbana, da qual Guerra também participou contando sobre seus projetos de revitalização do centro de SP, como o Mirante 9 de Julho.

Programação da Casa #hellocidades inclui conversas com diversos atores sociais de São Paulo (Lívia Aguiar/Divulgação)

Bete Barbisan, jornalista e radialista, assistiu à conversa e aponta que o destaque foi o “contraponto entre querer ajeitar a cidade — revitalizar, por exemplo o Minhocão — e o que fazer com as pessoas que sustentam aquela área, que hoje vivem naquela área, um espaço que já tem vida, mas que é considerado feio”, diz.

Puxando essa tensão para o debate, os artistas Claudio Bueno e João Simões mostraram parte de seu projeto Explode.life, que pesquisa e experimenta noções de gênero, raça e classe baseadas em práticas artísticas e culturais socialmente entendidas como periféricas. Anderson Monteiro, que mora na Mooca, concorda que é preciso revitalizar o centro e ir além: “se fala muito do centro, mas é importante ter um olhar diferenciado para a periferia. Essa integração é muito importante. Eu sempre vi a Vila Madalena como um lugar de encontro, e a criação dessa casa da Motorola justamente aqui é estratégica”.

Não perca a 8ª Mostra SP de Fotografia e a programação da Casa #hellocidades na Vila Madalena. As duas vão até o dia 18 de novembro. Ao passar por lá, tire suas próprias fotos e publique nas redes sociais com a hashtag #hellocidades. Reconecte-se com São Paulo!

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