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Em novo álbum, Rael se reencontra com o amor (próprio e ao outro)

Rapper paulistano lançou 'Capim-Cidreira' no último dia 12, com participações de Melim e Thiaguinho

Por Matheus Prado
26 set 2019, 17h42

Rael acredita que “as pessoas estão precisando se reconectar com a tecnologia mais antiga, o amor”. Foi com essa mentalidade que o rapper do Jardim Iporanga, Zona Sul de São Paulo, gestou o seu quarto álbum, Capim-Cidreira, lançado no último dia 12. E o nome da planta que vira infusão é certeiro ao descrever o álbum. Em dez faixas, o CD traz diversas mensagens de amor próprio e amor aos outros, com sonoridades africanas e uma vibe bem relaxante. “Minha vó fazia chá de capim-cidreira quando precisava dar uma acalmada na molecada”, lembra.

Membro do Laboratório Fantasma, firma do também rapper Emicida, e ex-integrante do coletivo Pentágono, Israel Feliciano tem 36 anos de vida e vinte de hip hop. O reencontro do cantor com o amor veio depois de um período difícil, após sofrer de depressão. “Você perde um pouco a sensibilidade. Não tava curtindo nada e trabalhando muito. Mas também precisamos desmistificar o problema e tentar ajudar as pessoas”, diz. Na segunda faixa do álbum, Sempre, Rael dá o papo: “Eu me amo hoje, bem mais do que ontem, não mais do que amanhã“.

O MC conta que, inicialmente, a ideia era fazer um enredo, com cada canção representando um dia da semana. A coisa começava calma e ia se animando a partir de quinta-feira. Para montar esse quebra-cabeça, o lendário Miranda estava escalado para comandar a produção. Com a morte do produtor, Rael decidiu assumir também a gravação e a reprodução sonora do projeto, que foi mudando até se materializar em Capim.

Ali, estão presentes marcas de alguns sucessos do cantor, como Envolvidão (2014): a facilidade para falar de sentimentos em faixas leves e a participação de artistas de diversos gêneros nas canções. “Antigamente a gente não podia demonstrar fraquezas. A gente tava f*udido, sem escola, sem saúde. Ainda estamos, na verdade, mas há espaço para falar de outras coisas. Eu procuro esse diálogo”, explica. IZA, Tiê, Chico César, Ponto de Equilíbrio e Maneva – isso só para citar artistas fora do meio do hip hop – já gravaram com Rael.

“‘Capim-Cidreira’ é sobre amor próprio, amor pelo outro” (João Wainer/Divulgação)

E estas conversas, em forma de parcerias musicais, aparecem novamente no seu novo trabalho. Divide os microfones com Thiaguinho, em Beijo B, e Melim, em Só Ficou o Cheiro. “Samba é o que mais rola na quebrada. Cresci ouvindo Fundo de Quintal, Sensação, Katinguelê. Por isso já estava em sintonia com o Thiaguinho”, diz. “Melim me chamou para gravar, mas eu não podia na época. Nos encontramos depois, num festival. Aí eu pensei: o disco é good vibes e eles também, então achei que cabia.”

Sobre as influências para compor as batidas do álbum, Rael afirma ter buscado inspiração em suas raízes africanas. “Tenho ouvido muita música africana nos últimos tempos, já que o trap anda muito igual. É uma estética que ficou pop, o visual, a batida. Não é um problema, mas às vezes sinto que está monotemático, então fui buscar outras referências para esse trabalho”, explica. Nos fones do rapper, tocam atualmente artistas como Skepta, KofiBurna Boy. Ele também tem revisitado músicos brasileiros, como Cassiano, Novos Baianos e Jackson do Pandeiro.

Capim-Cidreira já está disponível nas plataformas de música.

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