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Marca organiza chá de fralda virtual e transforma presentes em créditos

Os valores podem ser resgatados conforme o bebê se desenvolve, o que evita o desperdício de fraldas pelo crescimento da criança

Por Fernanda Campos Almeida
16 out 2020, 03h00

Quando descobriu que milhares de reais são desperdiçados em lembrancinhas erradas nos tradicionais chás de fralda, a publicitária Roberta Lasnaux, 32, resolveu criar uma plataforma on-line que transformasse presentes em créditos para ser resgatados conforme o bebê cresce.

A ideia ficou na gaveta por um bom tempo porque Roberta liderava uma agência de eventos que organizava viagens internacionais e promocionais de shoppings. Quando os contratos começaram a ser cancelados antes mesmo de a pandemia estourar no Brasil e o faturamento zerou, a empreendedora deu vida, em maio, ao projeto Pipooh. O nome mescla o termo infantil pipi com poop (cocô em inglês), remetendo ao artigo mais valioso para mães e pais de recém-nascidos: fraldas. “Nos dois primeiros anos do bebê, gastam-se mais de 4 000 reais com fraldas. Um chá de bebê é valioso para os pais”, explica. O investimento inicial no negócio foi relativamente baixo — 6 000 reais. De junho a setembro, a empreendedora já arrecadou 110 000 reais.

A ideia original da Pipooh era auxiliar na compra dos presentes (afinal, são diversos tipos e tamanhos de produtos para bebês no mercado) e servir de estoque para os pais (haja cômodo para tantos pacotões). Devido ao momento, porém, tornou-se também uma forma de continuar com a tradição da festa mesmo durante a quarentena, sem riscos para as mulheres grávidas. “Fralda tem validade e não dá para saber com que tamanho o bebê nascerá, se ele ganhará peso rápido ou se terá alergias. No caso de trocas, os mercados geralmente descontam 50% do valor original”, conta Roberta, que sentiu esse problema na pele quando perdeu 22 pacotes de fraldas — um total de 1200 reais jogados fora — porque a filha Maria Alice nasceu alérgica a produtos que não fossem 100% algodão.

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“O quarto do meu filho é pequeno e os outros chás de bebê on-line mandavam todos os produtos de uma vez só. Não teria onde guardar”, relata a mãe de Miguel, Nataly Tardelli, 34, uma das 5 000 mães cadastradas. “Precisei de ajuda para mexer na plataforma, mas o atendimento da empresa tirou todas as minhas dúvidas e me deu dicas de como ganhar mais presentes.” O cadastro é de graça e as mamães podem usar os créditos dentro de um ano. O faturamento vem da margem de contribuição embutida no preço de cada item.

A única taxa cobrada é a da entrega pelos Correios, que também pode ser paga com os créditos acumulados. As postagens são feitas a cada quinze dias, nos dias 10 e 25 de cada mês. “O desenvolvimento médio do bebê é de 1 quilo por mês, então o aconselhado é encomendar cinco pacotes de fraldas por vez.” No momento, Roberta busca parceiros para que as clientes, algumas de fora de São Paulo, possam resgatar os itens direto na farmácia ou no mercado, sem precisar pagar pelo frete.

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Além das fraldas, a Pipooh conta com mais de 100 tipos de produtos, entre cremes para assaduras, hidratantes, xampus e condicionadores infantis, lenços umedecidos, bodys para recém-nascidos, mamadeiras e chupetas.

A cliente pode tirar dúvidas a qualquer momento pelo WhatsApp da plataforma. A Pipooh oferece ainda o serviço de ligação para os convidados uma semana antes para confirmar a participação no chá e/ou para relembrá- los do fim do evento. Como na pandemia a maioria dos chás acontece apenas no mundo virtual, a ligação pode ser feita também para tirar dúvidas dos participantes. “Todas as mamães que nos pediram esse serviço tiveram o número de presentes dobrado ou triplicado.” Foi o que aconteceu com a veterinária Michelle Schroeder, 39, que ganhou 3 000 reais em créditos no chá de bebê de Rafael, seu terceiro filho. “No começo achei estranho convidar as pessoas para algo que não é presencial, mas quem participa é quem se preocupa e quer compartilhar desse momento importante da gravidez”, diz.

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A função mais recente da plataforma é a de sorteio de rifa. A mãe escolhe um prêmio e estabelece o preço dos números. Se cada tíquete vale 10 reais e o convidado gasta 100 reais em presentes, ele tem direito a 10 números. Segundo Roberta, as clientes já sortearam dinheiro, cestas de café da manhã ou três meses de assinatura de marcas de cerveja ou revistas. Roberta deseja adicionar em breve outras ferramentas. Neste ano ainda serão lançadas a versão mobile da Pipooh, opções de cartão-presente e uma área administrativa para empresas. Funcionários que serão mamãe ou papai poderão ganhar um chá-surpresa organizado pelo RH de onde trabalham, sem precisar levar os pacotes para casa, e com opção de disparo de e-mail a todos os colaboradores.

Em 2021, se a pandemia estiver controlada e os chás presenciais forem retomados, a empreendedora enviará junto aos produtos uma “caixa festa” com perguntas e brincadeiras para que a futura mamãe possa divertir os seus convidados.

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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de outubro de 2020, edição nº 2709.

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