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‘Hitchcock’ mostra como o mestre do suspense rodou ‘Psicose’

Cineasta é interpretado por Anthony Hopkins em cinebiografia que peca por um roteiro simplista

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h16 - Publicado em 1 mar 2013, 16h51

Alfred Hitchcock morreu há quase 33 anos e, até mesmo para a novíssima geração, seu nome é evocado como o mestre do suspense graças a longas-metragens memoráveis — Janela Indiscreta (1954) e Um Corpo que Cai (1958), entre outros. Sua filmografia numa carreira de cinco décadas dificilmente será esquecida e, para isso, sobram motivos para o cineasta voltar hoje à mídia. Recentemente, a distribuidora Universal lançou um boxe com catorze fitas restauradas em Blu-ray. A Warner também caprichou no ressurgimento em alta definição de Pacto Sinistro (1951) e na versão em 3D de Disque M para Matar (1954). Além disso, dois filmes mostram os bastidores da criação de clássicos. The Girl, exibido pelo canal pago HBO, trata da relação do diretor com Tippi Hedren, atriz de Os Pássaros (1963) e Marnie, Confissões de uma Ladra (1964). Já Hitchcock, em cartaz nos cinemas, mostra o nascimento de Psicose.

A trama foi extraída do livro Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose, de Stephen Rebello. De forma um tanto simplista, o roteirista John J. McLaughlin rascunha o que ocorreu em 1959. Hitchcock (interpretado por Anthony Hopkins) buscava uma história para seu próximo projeto enquanto lia o livro Psycho. Ficou entusiasmado pela trajetória real de um serial killer de Wisconsin e resolveu filmá-la. A Paramount e os censores acharam o tema escabroso demais. Mas Hitchcock foi em frente, bancou a produção e escolheu Janet Leigh (vivida por Scarlett Johansson) e Anthony Perkins (James D’Arcy) para os papéis principais. Vera Miles (Jessica Biel) era contratada dos estúdios e foi a protagonista a contragosto — nem Hitchcock a queria por perto. O enredo ainda joga luz no conflituoso relacionamento do diretor com Alma (Helen Mirren), sua mulher e braço-direito. Enquanto ele desconfiava da fidelidade dela, a esposa observava sua fixação pelas loiras.

Duas sequências formidáveis são fundamentais para entender o sucesso de Psicose: a filmagem da célebre cena do assassinato no chuveiro e a reação da plateia na primeira projeção. Momentos de bastidores como esses fazem subir o nível da cinebiografia, que infelizmente se apega em detalhes dispensáveis, a exemplo das conversas imaginárias de Hitch com Ed Gein, o matador verdadeiro. Constrange, porém, a atuação de Hopkins. Sob quilosde maquiagem (equivocadamente indicada ao Oscar), o astro galês constrói uma pobre imitação do mestre atendo-se apenas a estereotipados tiques e ao cavernoso timbre de voz.

AVALIAÇÃO: ✪✪

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