Confira 15 grandes interpretações em cartaz
Daniel Day-Lewis, Leonardo DiCaprio e Joaquin Phoenix são alguns dos astros que podem ser vistos nas telas de São Paulo
Faltando um mês para o Oscar, marcado para 24 de fevereiro, muitos dos indicados ao prêmio mais importante de Hollywood estão em exibição nos cinemas da cidade. Entre os nove filmes que concorrem na categoria principal da festa, cinco podem ser vistos nas nossas telas: Amor, Argo, Django Livre, As Aventuras de Pi e Lincoln. Além deles, o circuito exibe longas vencedores de prêmios em festivais como Cannes (Além das Montanhas) e Veneza (O Mestre).
+ Quais são as chances dos principais indicados ao Oscar?
Uma atração à parte nesta temporada de ótimos filmes são as interpretações. Na programação, é possível destacar 15 grandes atuações, entre indicados ou não às estatuetas da Academia de Hollywood. Daniel Day-Lewis, o favorito da premiação, já está em cartaz, tal como Emmanuelle Riva, a veterana francesa de 85 anos que entrou pela primeira vez na competição americana.
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A seguir, veja a lista dos atores que dão um show nas telas de SP:
► Alan Arkin – Argo
O ator de 78 anos foi indicado ao Oscar pela primeira vez em 1967, por Os Russos Estão Chegando! Os Russos Estão Chegando! Mas só conquistou um troféu em 2007, por Pequena Miss Sunshine. Ele volta à disputa do prêmio de coadjuvante pelo papel de um produtor hollywoodiano que garante certa dose de humor ao thriller tenso dirigido por Ben Affleck.
► Christoph Waltz – Django Livre
Por Bastardos Inglórios, o austríaco surpreendeu Hollywood e levou o Oscar de coadjuvante em 2010. Desta vez, ele volta à competição com outro filme dirigido por Quentin Tarantino. Naquele, era vilão. Neste, é uma espécie de herói torto: um caçador de recompensas oportunista que, na companhia de um escravo recém-liberto (Django, interpretado por Jamie Foxx), sai numa cruzada de vingança para resgatar a esposa do parceiro. Pelo papel, Waltz venceu o Globo de Ouro de coadjuvante.
► Cosmina Stratan – Além das Montanhas
A jovem romena dividiu com Cristina Flutur (sua colega de cena em Além das Montanhas) o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes de 2012. No drama, ela interpreta uma noviça que vive em um monastério ortodoxo junto a um grupo de freiras. Com a chegada de uma amiga com quem ela teve um relacionamento íntimo, a comunidade passa a enfrentar uma série de tensões religiosas.
► Cristina Flutur – Além das Montanhas
Revelações do cinema romeno, Cristina e a atriz com quem contracena em Além das Montanhas, Cosmina Stratan, se destacaram em Cannes. Ela vive Alina, uma jovem criada em um orfanato na Alemanha que provoca tumulto quando chega em um vilarejo ultraconservador da Romênia.
► Daniel Day-Lewis – Lincoln
O londrino venceu dois prêmios Oscar – por Meu Pé Esquerdo, em 1990, e Sangue Negro, em 2008 – e é favorito para levar a estatueta este ano. No papel central do drama biográfico dirigido por Steven Spielberg, ele faz uma interpretação contida e detalhista do mais venerado entre os presidentes norte-americanos. Pelo papel, ganhou o Globo de Ouro de melhor ator em drama.
► Emmanuelle Riva – Amor
A francesa de 85 anos recebeu apenas agora sua primeira indicação ao Oscar, pela atuação no drama dirigido pelo austríaco Michael Haneke. Famosa nos anos 60 pelo papel principal em Hiroshima, mon Amour (1959), de Alain Resnais, ela venceu o prêmio da Associação de Críticos de Los Angeles pelo papel de uma professora de música que, após sofrer um derrame, vai perdendo lentamente o contato com a realidade. O filme venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
► François Cluzet – Intocáveis
Em excelente desempenho, o francês interpreta um milionário tetraplégico de Paris à procura de um cuidador. Pelo papel, Cluzet foi indicado ao César, o “Oscar francês”. Mas acabou perdendo para Omar Sy, com quem contracena no longa. Respeitado entre os críticos franceses, ele já havia vencido um César, em 2007, pelo thriller Não Conte a Ninguém.
► Jean-Louis Trintignant – Amor
Nos anos 60, o francês era um dos atores mais cultuados do cinema europeu: venceu prêmio em Cannes em 1969 por Z, ganhou em Berlim em 1968 por L’homme qui ment e atuou em queridinhos da crítica como Um Homem e uma Mulher (1966) e Uma Noite com Ela (1969). Aos 82 anos, ele dá uma prova de vigor no papel de um homem que precisa lidar com a perda progressiva de sua esposa, vítima de um derrame arrasador. Foi injustamente ignorado pelo Oscar.
► Joaquin Phoenix – O Mestre
Polêmico e imprevisível, o ator deixou produtores de Hollywood de cabelos em pé quando lançou um falso documentário sobre sua (falsa) decisão de abandonar o cinema e virar cantor de rap (o filme, I’m Still Here, é de 2010). Indicado ao Oscar por Gladiador (em 2001) e por Johnny & June (2006), ele foi lembrado este ano pelo papel de um veterano de guerra atormentado.
► Leonardo DiCaprio – Django Livre
Não é de hoje que o ator sofre injustiças no Oscar. Indicado três vezes – por Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (em 1994), O Aviador (2005) e Diamante de Sangue (2007) – ele foi ignorado pela excelente interpretação de um extravagante – e intolerante – dono de terras no novo longa de Quentin Tarantino.
► Omar Sy – Intocáveis
O único ator negro a ganhar um César, o “Oscar francês”, o ótimo ator vive Driss, o homem pobre e malandro que usa métodos pouco convencionais para cuidar do ricaço tetraplégico Philippe (François Cluzet). Entre eles nasce uma relação improvável de camaradagem. Um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema francês, o longa não passou pelo crivo do Oscar: ficou fora da categoria de melhor filme estrangeiro.
► Philip Seymour Hoffman – O Mestre
Um dos intérpretes mais respeitados pela crítica volta a disputar uma estatueta dourada, sete anos depois de ter vencido por Capote. Desde então, foi indicado duas vezes, por Jogos do Poder (2008) e Dúvida (2009). Numa disputa embolada, ele tem chances de se destacar este ano entre os coadjuvantes graças a uma interpretação irrepreensível no drama dirigido por Paul Thomas Anderson. Hoffman vive Lancaster Dodd, líder carismático que emprega um método de autoajuda para superar traumas.
► Sally Field – Lincoln
A atriz californiana de 66 anos é veterana em premiações: venceu o Oscar de melhor atriz em 1980 (por Norma Rae) e em 1985 (por Um Lugar no Coração). Desde então, ficou distante da festa da Academia de Hollywood e teve o prestígio. Voltou à lista de indicados apenas este ano, desta vez entre as coadjuvantes, pelo papel da esposa de Lincoln, Mary Todd, sempre à beira de uma crise nervosa. Em cena, responde com autoridade pelos momentos mais teatrais do longa.
► Samuel L. Jackson – Django Livre
O personagem mais controverso do filme de Tarantino é interpretado por Jackson: um mordomo negro racista, braço direito de um dono de terras poderoso (vivido por Leonardo DiCaprio). Indicado ao Oscar de coadjuvante por Pulp Fiction – Tempo de Violência (em 1995), Jackson foi esquecido pela Academia este ano.
► Tommy Lee Jones – Lincoln
Vencedor do Oscar de coadjuvante por O Fugitivo, em 1994, o americano de 66 anos surpreende no papel de Thaddeus Stevens. O congressista foi um dos oponentes mais barulhentos contra a escravidão dentro do Partido Republicano. Ele é um dos concorrentes mais fortes ao Oscar de melhor ator coadjuvante – uma categoria sem um franco favorito.