Exposição é montada com objetos doados pelo público
Qualquer pertence com valor sentimental pode virar obra de arte
Quem passar pela mostra Potlatch: Trocas de Arte, que entrou na última terça (5) em cartaz no Sesc Belenzinho, não verá nenhuma peça em exposição. Com o passar dos dias, o espaço será preenchido com objetos pessoais doados por qualquer um que desejar ver sua peça no museu. A proposta é simples: ao preencher uma ficha de inscrição, que pode ser feita pessoalmente, entre 13h e 19h, o interessado fica ciente de que nunca mais terá a peça de volta. A moeda de troca? Uma conversa sobre arte contemporânea com o curador e sua equipe.
A ideia de Paulo Miyada é questionar o que é arte. Afinal, quantas vezes não olhamos para uma peça num museu sem ao menos entender porque ganhou status de obra? A exposição também discute o valor que algumas obras podem alcançar neste mercado.
A mostra do Sesc será alterada a cada vez que novas peças forem incluídas ao seu acervo, por isso não é possível saber exatamente a sua configuração. Os objetos de valor sentimental ou até monetário não serão avaliados pelo curador por serem bonitas ou significativas: a palavra final o visitante. Ele escolhe admirar as obras que acredita serem especiais, de acordo apenas com seu próprio julgamento.
Potlach, no título da exposição, faz referência à cerimônia praticada por tribos indígenas da América do Norte que renunciavam a todos os seus bens materiais. Para eles, quem tinha mais prestígio não eram as pessoas que guardavam riquezas e, sim, aqueles que as distribuíam.