Exposição de Millôr no IMS tem paródia de Picasso
Produção do jornalista e cartunista carioca é revisitada em cerca de 530 trabalhos, entre elas uma versão para 'Guernica'
Sem saber ou querer, Pablo Picasso (1881-1973) participa de uma certa forma da exposição Millôr: Obra Gráfica, em cartaz no Instituto Moreira Salles a partir de hoje (18). Isso, porque o jornalista, dramaturgo e cartunista carioca parodia a tela clássica do espanhol Guernica (1937).
A cópia debochada de Millôr data de 1981 e tem cores menos sóbrias que a original. Como uma obra prima forasteira, divide o espaço expositivo com outros 530 trabalhos, divididos em cinco núcleos. Eles foram selecionadas pelos curadores Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires em um mergulho no acervo de quase 6 000 itens que o jornalista deixou.
Da imersão no conjunto, eles trouxeram trabalhos que falam do Brasil, da morte e de árvores, entre outros temas. Está presente em todos eles a liberdade ideológica de Millôr, que não aceitava respostas prontas de correntes políticas quaisquer, e também seu experimentalismo. Sem pudores, ele passava da colagem à aquarela.
Um dos núcleos mais interessantes da exposição traz as diferentes tipografias que ele usava para escrever seu nome. Cores se combinam em divertidos autorretratos que não têm olhos e bocas.