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Os destaques da 4ª Mostra SP Samsung de Fotografia

Entre as 40 exposições que ocupam a Vila Madalena, há imagens do movimento punk dos anos 80 e da fotógrafa Hildegard Rosenthal (1913-1990)

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 16h24 - Publicado em 17 jan 2013, 19h35

A 4ª Mostra SP Samsung de Fotografia espalhou cerca de 500 fotos impressas por 40 exposições em onze ruas da Vila Madalena. As imagens são exibidas em galerias, escritórios de arte, lojas, estacionamentos, restaurantes, bares e muros previamente autorizados.

O idealizador Fernando Costa Netto e os curadores Mônica Maia, Alexandre Belém e Armando Prado foram os responsáveis pela seleção dos trabalhos. Entre os 65 fotógrafos convidados, estão Adi Leite, Claudio Edinger, Flavio Samelo, Hilton Ribeiro, Leão Serva, Lucia Guanaes, Mônica Zarattini e Tuca Vieira.

A VEJA SÃO PAULO estabeleceu uma parceria com a mostra e vai conceder cupons de desconto na compra de algumas fotos. Confira a seleção aqui.

Além disso, também haverá programações paralelas. A primeira é uma série de conversas sobre temas diversos no Espaço Revista CULT, uma co-produção entre a Mostra e a revista Zum, do Instituto Moreira Salles, que traz para o evento 25 imagens da fotógrafa suíça Hildegard Rosenthal (1913-1990), em homenagem ao seu centenário de seu nascimento.

A Cia. de Foto, em conjunto com a Loja de Histórias e apoio da Lorota, criou o VC Mostra SP, uma ação cultural que convida os participantes a compartilharem o seu olhar sobre a cidade de São Paulo, montando um grande álbum de fotos a ser construído durante todo o mês da Mostra em sua página no Facebook.

Já o projeto itinerante Cidade Invertida, coordenado pelo fotógrafo Ricardo Hantzschel, utiliza um veículo adaptado como câmera fotográfica gigante e laboratório químico. São realizadas oficinas com câmeras artesanais, vivência em câmera obscura e revelação tradicional em preto e branco.

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A organização também reúne duas exposições coletivas: o Mural SP, com artistas que usam a fotografia para expressar as diferenças e semelhanças da cidade de São Paulo, e o Garagem Ocupada, em que uma garagem na Rua Fradique Coutinho é novamente o palco da ação.

Há ainda a instalação de Alícia Peres, Arqueologia do Desejo, projeto que a fotógrafa desenvolve a partir de objetos encontrados na rua. Alicia completa a série criando textos ficcionais sobre amor e desejo, que se transformam em lambe-lambes. É um projeto itinerante que já passou pela Argentina, Alemanha, Índia e Nepal. 

Confira a programação completa:

Adi Leite – Poema Concredo

Loja UMA

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A série é composta por quatro dípticos e um texto paginado em forma de livro de poemas. As imagens que compõem a exposição foram construídas a partir das embalagens de guloseimas comercializadas nos semáforos da cidade e são resultado de uma pesquisa desenvolvida da observação das negociações entre público e privado no território urbano.

Adriana Vichi – SPZS – São Paulo Zona Sul

Loja Mumps

Um trabalho “documental e afetivo”, segundo a autora, por se tratar da região onde ela vive com a família, o Jardim Ângela. As fotos foram feitas nas andanças pelo bairro e no trajeto bairro-trabalho-bairro.

Arquivo Público do Estado – Cantos da Mooca, Esquinas do Brás  

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Baraúna

Este ensaio traz fotografias de São Paulo feitas entre o final dos anos 60 e início dos 70. São esquinas e fachadas dos bairros da Mooca e Brás. Pela qualidade do plano fotográfico, percebe-se que as imagens são resultado de um olhar particular de alguém que conhecia os lugares. O material não tem identificação, um material anônimo que revela um envolvimento autêntico e íntimo do autor desconhecido com a cidade.

Claudio Edinger – São Paulo, Minha Estranha Cidade Linda

Madalena CEI

O teto da igreja Nossa Senhora do Brasil imitando a Capela Sistina no dia da missa de sétimo dia de um amigo inspirou o ensaio do autor. A questão foi: por que precisamos imitar os europeus? A partir do questionamento, ele utilizou uma câmera quatro por cinco para fazer fotos de uma cidade rica em contradições.

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Fabiano Rodrigues – sem título

Tag and Juice

O díptico do fotógrafo skatista é da série de autorretratos em preto e branco, onde ele captura seus próprios movimentos sobre o skate disparando a câmera fotográfica por meio de um controle remoto. Fabiano escolhe criteriosamente as locações para esse trabalho. São sempre museus, monumentos e espaços de arquitetura relevante.

Fernando Schmitt – Sobre Vaga-Lumes e Alvenarias

Estacionamento na Rua Girassol, 355/373

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Toda passagem humana deixa vestígios: pegadas, restos, inscrições, cicatrizes, traços de desejos, usos e identidades. O fotógrafo registra todos esses movimentos, em uma espécie de jogo de aparição e desaparição em meio à evolução urbana.

Flavio Samelo – sem título

Carmen di Granato

Para preencher dois espaços voltados para a rua, o autor selecionou um díptico de seu arquivo, duas imagens que conversam entre si e trazem uma face da vida urbana e um recorte do trabalho do autor.

Gabo Morales – Marsilac

Agá Presentes

Marsilac, ponto mais extremo de São Paulo ao sul, é o distrito onde a vida rural coexiste com a vida da maior metrópole do país. Uma região de 200 quilômetros quadrados que serve de laboratório e faz pensar sobre o destino urbanístico e social da cidade.

Guilherme Isnard – Praça Roosevelt

Fahrer – Rua Wisard, 157

O trabalho fotográfico foi realizado em 2010 e mostra a Praça Roosevelt antes da polêmica reforma. A lente atenta do trabalho do fotógrafo mostra um cenário onde a decadência se apossou lenta e duradouramente, ao mesmo tempo em que a arte foi conquistando espaço com traços rebeldes e cores fortes.

Gustavo Gomes – Esfinge e Sombra

Les Delices de Maya

Dentro da linguagem de rua, a série apresenta encontros passageiros do autor com mulheres desconhecidas. Um exercício obsessivo para estar no lugar certo, para que a imagem não se dissolva num instante, para que haja o balanço e o equilíbrio necessários para transformar a cena cotidiana numa bela fotografia de São Paulo.

Hildegard Rosenthal – A São Paulo de Hildegard Rosenthal

DOC Galeria

O centenário da fotógrafa suíça que passou a adolescência na Alemanha é lembrado nesta exposição, cuja curadoria é de Sérgio Burgi. Pioneira do fotojornalismo brasileiro, Hildegard faz parte da pequena safra de fotógrafos imigrantes que desembarcou no Brasil refugiada do regime nazista que avançava na Europa. As fotografias mostram uma São Paulo que se industrializava a partir dos anos 40. O acervo de Hildegard é preservado pelo Instituto Moreira Salles.

Hilton Ribeiro – Trianon 1975

Amüse Food Store

Domingo é dia de descanso, de ir ao parque, passear, vestir a melhor roupa. As fotos de Hilton Ribeiro foram feitas em dois domingos consecutivos em abril de 1975 no Parque Trianon em São Paulo. Cada um dos personagens teve direito a dois cliques em quatro por cinco, o primeiro trabalho em grande formato do autor.

Leão Serva – Malditos Fios

Loja Farm

Pelo Instagram, o jornalista já postou aproximadamente 500 fotos da horrorosa fiação aérea da cidade. A prefeitura diz que tem outras prioridades, a Eletropaulo alega não ter dinheiro para repassar o custo da ‘higienização’ ao consumidor.

Lucia Guanaes e Marc Dumas – São Paulo de Todas as Sombras

Galeria FASS

Os prédios, a arquitetura, as praças e monumentos de São Paulo que interessam já foram identificados, apresentados e inventariados. Este trabalho é sobre o resto, aquilo que não se nota e não tem qualquer importância. Curadoria de Diógenes Moura.

Luzia Sigulem – Além Rio

ID:340 Kitchen & Bar

Ao longo da história os rios se encaixam no nosso imaginário mais associados à ideia de fertilidade do que a do abandono. No caso específico do rio Tietê, e na maneira como hoje se insere no contexto urbano, emerge como local totalmente abandonado e esquecido. Com cores e tons, a autora apresenta poeticamente um outro lugar. O ensaio de Luiza foi feito no perímetro urbano e é composto por fotografias realizadas em diversos pontos do rio Tietê.

Marcelo Arruda – Assimetrias

Florinda Bistrô

Pontes e viadutos foram fotografados sob o mesmo ponto de vista e em dois momentos distintos. As duas imagens foram posteriormente montadas de maneira que uma se junta à outra, unidas pela sombra. O resultado são fotografias que parecem simétricas, mas na realidade não são.

Márcia Alves – Desterritório

Che Bárbaro

O ensaio retrata as transformações urbanas do Largo da Batata e região desde 2007. Com este projeto de reurbanização, a vitalidade e culturas típicas da região tendem a desaparecer. É sintomático que no projeto inicial, feito em 2002, estava previsto a construção de um centro cultural na região, substituído na proposta atual por um shopping center.

Matangra – sem título

Tag and Juice

As fotos feitas originalmente para o Instagram formam painéis e são ligadas por assunto ou tema comum. Batendo perna pela cidade, Matangra registrou obsessivamente São Paulo e suas formas. O cidadão e a solidão são alguns dos temas presentes. O ensaio é parte de uma produção de 2.500 fotos tiradas em 2012. 

Monica Zaratini – Horizonte Perdido

Japonique

A fotografia selecionada para este espaço foi produzida em 2008. Faz parte de um ensaio maior de paisagens urbanas, com alguns planos abertos e outros fechados, que buscam o olhar no horizonte de nossa cidade tão repleta de arranha-céus. Ainda dentro desse contexto, a fotógrafa inseriu outras cenas de imigrantes japoneses que tanto contribuem com a nossa cidade.

Paulo Batalha – Rastros, Impressões e Camadas da Memória

Banana Verde

O ensaio propõe uma reflexão sobre o Elevado Costa e Silva, o Minhocão, tendo como ponto de partida os momentos em que o viaduto é utilizado como área de lazer. O trabalho vai atrás de imagens que passam uma sensação de sufocamento, de tensão que a construção do viaduto e o tempo de convivência com ele parecem ter deixado nos apartamentos, nos muros, nos rostos de quem mora por perto e frequenta o elevado.

Raquel Burst – Giganto

Muro da Rua Girassol, 326

Artista multimídia transita entre relato e ficção, fotografia e vídeo, antropologia e intervenção; e destas uniões cria suas obras. Um exemplo de destaque entre suas experimentações é o Projeto Giganto. Desenvolvido desde 2008, utiliza a arquitetura como plataforma para exibição fotográfica. As imagens hiper dimensionadas são retratos de personagens escolhidos no entorno da instalação, em uma busca pela história da cidade marcada na expressão de seus moradores.

Renato Custódio – Cotidiano

Monóculos, na DOC Galeria

Através de alguns experimentos, amigos e sessões de skate, a série selecionada para os monóculos fazem parte do dia a dia do fotógrafo e skatista Renato Custódio. Os formatos são variados e as câmeras também. O que importa para o autor é a casualidade e simplicidade que a sua foto transmite.

Renato Stockler – Territórios Íntimos vs Não Lugar

Ruaa

Neste ensaio o uso da luz natural presente no espaço foi privilegiado, sem apelos ou virtuosismos de iluminação ou de enquadramento. Nenhum elemento foi retirado ou manipulado durante a produção, recriando cenários sobre acontecimentos alheios a quem as observa. Trata-se de uma inversão da fotografia convencional de arquitetura, uma vez que não propõe o registro de um espaço novo e intacto – quase estéril -, mas de um espaço que foi projetado, concebido, utilizado e abandonado.

Roberto Wagner – sem título

Glacê Flores e Cozinha – Rua Girassol, 273

Roberto Wagner reorganiza sistemas visuais que encontra no seu trânsito por São Paulo e revela a cada imagem um novo fenônemo naquilo que parecia arquivado na memória e nos hábitos visuais do nosso olhar contemporâneo.

Rui Mendes – Punk

Espaço Revista CULT

No início dos anos 80, o punk acendeu em São Paulo e se transformou num movimento social. Do ABC vieram as primeiras bandas e alguns grupos de indivíduos vestidos de preto, coturnos e cabelos esquisitos chamavam atenção. Na esteira desse barulho, surgiram os festivais, os fanzines e os clubs para festejar e receber a nova turma. O fotógrafo Rui Mendes estava lá.

Sheila Oliveira – SincroniCidade

Loja Flavia Aranha

Ao mesmo tempo em que são muito urbanas e mostram uma São Paulo aberta sob ângulos concretos e crus, as imagens de Sheila Oliveira transmitem, por outro lado, uma delicadeza enorme nos tons e na composição. O trabalho revela uma sensação de experiência íntima da autora com a cidade.

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