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Após Viena, novo espetáculo de Ismael Ivo chega a São Paulo

<em>Erêndira</em> é uma homenagem ao escritor colombiano Gabriel García Márquez e à literatura latino-americana

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 5 dez 2016, 14h10 - Publicado em 21 ago 2014, 16h49
Erêndira - Biblioteca Do Corpo
Erêndira - Biblioteca Do Corpo (Karolina Miernik/)
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Neste fim de semana (23 e 24), o Sesc Pinheiros recebe a estreia nacional do espetáculo de dança Erêndira. A coreografia de Ismael Ivo é fruto da residência artística de 29 jovens bailarinos de diferentes nacionalidades, entre eles quinze brasileiros, em Viena, na Áustria. Homenagem ao realismo fantástico de Gabriel García Márquez, a apresentação trata de uma avó que explora a neta.

 

A ideia de aprimorar o trabalho, que já tinha uma versão reduzida apresentada na Bienal de Viena, surgiu em fevereiro, meses antes da morte do escritor. “Fiquei muito tocado e decidi homenageá-lo. O espetáculo é uma releitura do meu fascínio pela literatura latino-americana”, conta Ivo. Para ele, a criatividade latina é o que há de mais precioso na arte produzida por aqui.

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Para mergulhar no mundo fantástico, porém, Ivo se aprofundou em temas duros da realidade, como tráfico e prostituição. Durante a concepção coreográfica, mostrou aos bailarinos estatísticas sobre a exploração infantil ao redor do mundo. “Eles precisam saber por que estão dançando, o palco é uma plataforma de transformação”, explica.

Apresentado no ImPulsTanz Festival, um dos maiores eventos de dança do mundo, o espetáculo foi elogiado pela imprensa austríaca.

Biblioteca do Corpo

Nascido na Vila Prudente, em São Paulo, o reconhecido bailarino e coreógrafo criou o projeto com o objetivo de treinar jovens profissionais da área. A residência é uma parceria entre o Sesc São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura e o ImPulsTanz Festival, de Viena.

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Apesar de trabalhar com bailarinos do mundo todo, Ismael Ivo diz que os brasileiros têm um lugar especial no projeto. Bruna Barbosa, de 24 anos, integrou o grupo no ano passado e diz que a experiência foi enriquecedora.

“O Ismael é muito exigente e a rotina era pesada, mas foi incrível estar lá”, conta a bailarina, que, após o projeto, participou de uma audiência na Tanztheater Wuppertal, Cia. de Pina Bausch. 

 

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