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Artistas de ‘vida dupla’ trabalham na montagem de exposições e criam suas próprias obras

Quatro nomes que, além de se dedicarem às suas próprias produções, atuam nos bastidores, na instalação de outras instituições

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
21 Maio 2021, 06h00

De olho na tipografia marginal

Luis dos Santos Menezes, 38 anos, trabalha na instalação de obras em acervos privados e públicos, mas também volta sua atenção para a criação de esculturas como Objeto Modular Nº 01 (2018) e a foto Cego (2017). Quando artista, até seu nome muda, é Luiz 83. “É o ano em que nasci”, desvenda, entre risos, para depois explicar: “Minha pesquisa explora a tipografia marginal, mais especificamente, o picho. Mas não quero escrever uma frase, quero explorar a forma das letras, o volume e as cores”. Atualmente, Luiz tem obras em exibição na mostra coletiva Referências, em cartaz na New Gallery, em Pinheiros, até 24 de junho.

Obra de arte: pedaços geométricos de um material marrom se entrelaçam
Objeto Modular Nº 01 (2018) (André Fillur/Divulgação)

Experiência mineira em Mariana

Homem de óculos e cabelo em um coque posa para foto
Elton Hipólito: atuação múltipla (Marcelo Cândido/Divulgação)

Em 2017, Elton Hipólito, 37 anos, foi à região da cidade de Mariana (MG), atingida pelo rompimento de uma barragem dois anos antes. “Trabalhei como restaurador, ajudando no resgate de objetos sacros”, explica ele, que também atua na conservação e instalação de obras de arte: “Essas outras profissões custeiam minha produção”, explica. Da experiência mineira, criou em 2018 a série Marcas, que traz moradores e casas que foram destruídas. Abaixo, outra obra, Antes que Sua Paranoia…. (2021), da série (In) Rupturas.

Obra de arte: destroços de uma casa, tijolos, fios e pedras em meio a paredes quebradas.
Antes que Sua Paranoia… (2021) (Acervo pessoal/Divulgação)

Silenciamento da cultura africana

Homem negro com barba e touca vermelha usa um óculos metálico sem separação para cada olho
CK Martinelli: obras sobre a questão racial (Divulgação/Divulgação)

O artista CK Martinelli, 34 anos, fez de seu quarto um ateliê. Lá, produziu a obra acima, em 2019. O trabalho, que investiga o silenciamento da cultura africana no Brasil, é parte da mostra PretAtitude, que estreou em São Paulo há dois anos e segue em itinerância pelo estado. “Com a pandemia, além de montador de exposições, virei marceneiro e entregador em aplicativos”, diz ele, que participou da instalação das obras das mostras de Beatriz Milhazes, no Masp, e de Maxwell Alexandre, no Instituto Tomie Ohtake.

Dois quadros com fundo branco pendurados. Um deles tem buracos pretos, uma moldura dourada e fios que se ligam ao outro quadro. Neste último, buracos estampados com olhos e outros só pretos
Obra de CK Martinelli, datada de 2019: trabalho intenso (Divulgação/Divulgação)

Atenção voltada para as crianças na periferia

Homem com colete preto e luvas azuis apoia sua mão em uma bancada branca. Está na frente de uma parede rosa
Michel Onguer: rotina puxada (Bianca Gonçalves/Divulgação)

“Conheci primeiro o grafite. Depois, passei a ir a museus e tive contato com a arte contemporânea. Me deu um bloqueio, fiquei dividido. Durante a pandemia, voltei a produzir”, conta Michel Onguer, 38 anos, que tem agora obras centradas na questão da infância na periferia, vide a pintura Criança sobre Tela (2021). Ele também divide sua rotina entre um projeto social e uma empresa de montagem de exposições, que criou em 2017. “Fazemos a instalação de obras, pensando, por exemplo, se a parede escolhida é segura para a fixação.”

Pintura em tela de uma criança negra com máscara de proteção da Covid e boné da Mercedes
Criança sobre Tela (2021): trabalho de Onguer (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de maio de 2021, edição nº 2739

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