Leonilson é tema de documentário
Com áudio registrado em gravador, filme narra a vida do artista, morto em decorrência da aids em 1993
Lançado na semana passada no festival de documentários É Tudo Verdade, o filme A Paixão de JL, de Carlos Nader, traz o diário gravado em áudio pelo artista plástico José Leonilson Bezerra Dias. Esses registros foram feitos durante seus últimos anos de vida. O longa, que estreia em circuito comercial no segundo semestre, leva o espectador ao mundo do profissional que bordava palavras em tecidos e pintava telas com desenhos simples.
Nascido em Fortaleza, Ceará, em 1957, ele se mudou para São Paulo aos 4 anos de idade por causa do trabalho do pai, comerciante de tecidos. Interessado desde a infância por pintura, aos 20 anos ingressou no curso de artes plásticas da Faap, no qual teve Nelson Leirner como professor. Aos 24, vendeu o carro para viajar pela Europa, período em que comercializou seus desenhos, realizou exposições e conquistou o reconhecimento de críticos. Exibiu trabalhos também nos Estados Unidos.
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A carreira se acelerou para valer no retorno ao Brasil, em meados dos anos 80, quando participou da exposição Como Vai Você, Geração 80?, no Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1984, e da Bienal de São Paulo em 1985. Em 1990, começou a registrar os depoimentos que deram origem ao recente filme. No ano seguinte, descobriu-se soropositivo. Sua última exposição ocorreu em 1993, na Capela do Morumbi, e apresentava roupas brancas para retratar a fragilidade da vida. O artista morreu poucas semanas depois, em 28 de maio, aos 36 anos, vítima da aids.