Amigos desenvolvem carveboard adaptado para deficientes físicos
Sergio Pato e Marcos Rossi criaram o projeto Skate Sem Limites que já conta com uma equipe de atletas com deficiência física
Portador da rara síndrome de Hanhart, que se caracteriza pela ausência parcial ou completa dos membros superiores e inferiores, o analista financeiro Marcos Rossi nasceu fadado a uma vida de dificuldades motoras. Isso não o impediu de dedicar-se a uma série de esportes radicais: costuma surfar em Bertioga e mergulhar na Laje de Santos e em Paraty (RJ).
+ Jovens encenam Harry Potter em orfanatos
Em julho de 2013, incluiu mais uma modalidade na lista ao comprar um carveboard, variação do skate com prancha larga, rodas de borracha e suspensão de molas, indicado para simular os movimentos do surfe. Com a ajuda do analista de suporte Sergio Pato, presidente da equipe Carverize Old School Team, passou dois meses adaptando o equipamento. Os dois investiram cerca de 2 000 reais para instalar um assento e uma barra estabilizadora de 1 metro com duas rodinhas. Impulsionado pelas próprias muletas, Rossi desce a ladeira do Parque da Independência a 10 quilômetros por hora.
+ Veja as últimas notícias sobre São Paulo
O sucesso do protótipo levou a dupla a criar naquele mesmo ano o projeto Skate sem Limites, que ambos acreditam ser o primeiro grupo inclusivo da modalidade no mundo. “Não ficaria satisfeito de guardar essa experiência só para mim, é gratificante ter a chance de compartilhar a sensação de andar de skate”, afirma Rossi.
+ Agente peninteciário dá aulas de teatro para presos
A iniciativa conta com sete alunos-atletas, que treinam duas vezes por mês diante do Museu do Ipiranga e realizam apresentações em torneios e outros eventos. Entre eles está Laura Neves, de 8 anos, que não tem os braços, apresenta má-formação nas pernas e teve sua primeira experiência com esportes radicais por ali. Rossi e Pato recebem contatos diários de interessados em se tornar aprendizes, mas, como há um só equipamento que é compartilhado com todos, não há espaço para receber um número maior de participantes. Com o objetivo de abrir novas vagas, os dois parceiros estão concentrados na construção de mais sete carveboards, que possam atender também pessoas com deficiência mental e visual.