Diretor de animação é o único representante do Brasil no Oscar

"Nós vamos ganhar", aposta o paulistano Alê Abreu responsável pelo filme <em>O Menino e o Mundo</em>

Por Mariana Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 11h42 - Publicado em 22 jan 2016, 23h00
O Menino e o Mundo
O Menino e o Mundo (Divulgação/)
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Logo após a divulgação da lista dos indicados ao Oscar no último dia 14, Alê Abreu, diretor e roteirista de O Menino e o Mundo, na disputa ao prêmio de melhor animação, entrou em contato com a organizaçãodo festival. Ele queria mais de um par de convites para a cerimônia, agendada para 28 de fevereiro. “Pedi dez entradas e a responsável riu”, conta. “Ela me disse: ‘Sabe quem conseguiu isso? Só o Martin Scorsese’.”

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Ainda longe de ter tanto reconhecimento quanto o realizador de obras-primas como Taxi Driver, o artista de 44 anos estava em sua casa em Santo Antônio do Pinhal, no interior, quando recebeu a notícia de que concorreria à estatueta mais cobiçada do cinema. Sem o celular por perto, ficou sabendo horas depois da loucura instaurada em sua produtora, a Filme de Papel, na Vila Madalena. “Recebemos uma ligação atrás da outra”, lembra.

Nascido na capital, Abreu passou a juventude no bairro de Perus. Com 12 anos e muita intimidade com o lápis, o publicitário de formação se inscreveu em um curso de animação no Museu da Imagem e do Som. Começou então a frequentar os antigos cineclubes do Bixiga e da Praça Roosevelt para assistir a desenhos como Planeta Fantástico (1973), do francês René Laloux.

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O interesse por alternativas aos filmes comerciais como os da Disney fez com que ele trabalhasse com projetos fora do circuito. Estreou em 2007 com O Garoto Cósmico, desenho que não teve grande repercussão. Lançado em janeiro de 2014, O Menino e o Mundo narra a história de uma criança em busca do pai, que encanta pela forma como é contada, quase sem falas e com muitas cores e traços delicados.

Realizada em três anos e meio, a obra também surpreende pelo orçamento. Foram gastos 500 000 dólares, valor bem distante dos 175 milhões de dólares de seu principal concorrente, Divertida Mente, da Pixar. A briga será suada. Com o objetivo de angariar fundos para essa nova etapa de divulgação, a produção brasileira corre atrás de incentivo da Agência Nacional do Cinema, além de não descartar a possibilidade de lançar um financiamento coletivo. Nesta semana, o filme voltou a algumas salas dacidade (saiba mais aqui). Para o diretor, a chance é grande: “Vou para a premiação dizendo que nós ganharemos o Oscar, mesmo que eu quebre a cara”.

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