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Músicos de barzinhos avaliam falas de Ed Motta contra Raul Seixas

Principais alvos de “toca Raul” durante apresentações, eles dizem discordar de críticas feitas pelo sobrinho de Tim Maia

Por Clayton Freitas
Atualizado em 24 fev 2022, 13h25 - Publicado em 23 fev 2022, 17h41

“Toca Raul!”. Embora isso aconteça em todo lugar, de rodinhas de violão em churrasco a shows internacionais, fato é que os músicos de barzinhos são os principais alvos de pessoas fazendo o tal pedido. Ainda assim, eles discordam das falas do cantor Ed Motta, que criticou severamente o cantor baiano, lembrado até hoje, mesmo 33 anos depois de sua morte.

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Em uma live em seu canal no Youtube, o sobrinho de Tim Maia chamou Raul Seixas de “desqualificado” e alegou ainda que o escritor Paulo Coelho seria o grande responsável pelo sucesso do artista. Ed Motta disse ainda que o Maluco Beleza era muito ruim musicalmente e que tinha uma falha de caráter “terrível na vida dele: ele foi funcionário de gravadora, ou seja, ele trabalhou contra os colegas”, disse.

Em comum os músicos que tocam na noite paulistana concordam em dois pontos: Ed Motta é um grande músico, porém foi muito descortês ao se referir assim a Raul Seixas.

“Desmerecer o trabalho de alguém não é legal. O Raul deixou um legado muito grande e importante”, afirma Cale Narman.

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Para Larissa Smid, Ed Motta foi muito equivocado em suas declarações. “Não há como negar que Raul Seixas foi um gênio”, diz.

Segundo a artista, muitas vezes as pessoas falam “toca Raul” sem mesmo conhecer as músicas do cantor. “É mais para fazer graça. Geralmente as pessoas só conhecem as letras mais conhecidas, o lado A”, diz.

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Quem ouviu um pedido recente de “toca Raul” (e atendeu) foi Deh Oliveira. Ele conta que estava trabalhando no último final de semana quando uma garota passou por ele e pediu uma música de Rulzito. Na falta de uma, tocou duas, “Cachorro Urubu” e “Rockixe”. “Toquei  mas acho que ela nem percebeu”, diz.

Em relação às críticas, ele, que também é jornalista, diz que o período da parceria com Paulo Coelho foi curto. “Ele [Raul] teve outros parceiros também. Não precisava e a crítica que fez não tem nada a ver”, diz.

Para Deh, Ed Motta quer aproveitar as polêmicas –que não são novas– para justamente angariar mais seguidores. “As lives dele chegam a reunir 50 mil seguidores”, diz.

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O cantor Zeca Baleiro compôs uma letra como nome “toca Raul”. Segundo a letra, “jovens, velhos e crianças, malucos e caretas, parece uma seita”, todos pedem canções do baiano.

Quem já ouviu muito os pedidos de “toca Raul” em várias partes por onde se apresentou é Nelsinho Gritzapis, também professor de música. A diferença em relação aos seus colegas é que ele nunca atendeu aos pedidos por simplesmente não gostar das músicas de Raul Seixas. “Apesar disso eu não concordo em falar que a obra era ruim”, afirma.

O  repertório variado de Nelsinho inclui as músicas de Ed Motta. “Achei desrespeitosa essa atitude”, avalia.

Ele lembra que Raul Seixas também fazia várias críticas nada educadas, sobretudo à MPB.

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Religião e críticas
Quem resolveu levar ao pé da letra em tratar a devoção por Raul Seixas como religião foi o músico baiano Marcos Rodrigo, fundador da Raulegião, que, como o nome diz, tem como devoção o  seu conterrâneo.

“O Ed Motta realmente não conhece a obra do Raul Seixas. Isso deve ser inveja”, simplifica.

Quem também não ficou nada contente com as falas de Ed Motta foi Sylvio Passos, que conviveu com Raul Seixas  de 1981 a 1989 e é fundador do primeiro fã-clube do ídolo, o Raul Rock Club, existente há 40 anos.

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“Foi leviano, ofensivo e calunioso. O Raul teve 22 parceiros musicais. O Paulo foi apenas um deles”, diz.

Ainda segundo Passos, também músico, quando Raul trabalhou na CBS ele ajudou muitos músicos. “Inclusive em decisões que eram contrárias à gravadora”, afirma.

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