Um dos bufês mais caros da cidade é fechado pela prefeitura
“Estamos sendo vítimas de algo não republicano”, diz Maurício Castano, dono do La Luna que cobra mais de 50 000 reais a locação (apesar de não ter alvará)
Uma tremenda confusão aconteceu na porta do La Luna, um dos bufês mais caros da cidade, no sábado (3). Por volta das 17h30, dezenas de policiais em mais de dez viaturas fecharam a casa que fica na Rua Pirajussara, no Butantã, e impediram a realização da festa Clubinho, marcada para poucos minutos depois, às 18h. Lá, aconteceria a edição que comemoraria o oitavo ano da sunset party e a organização esperava cerca de 700 pessoas. “Foi uma correria, tive de cancelar a celebração de uma hora para outra, apelando para as redes sociais”, diz Omar Maluf, proprietário da Agência Reunion e presidente da Associação de Eventos de São Paulo.
Na tentativa de amenizar as perdas, a equipe de quase 100 pessoas corria para salvar os cerca de cinquenta sacos de gelo, colocando de volta aos caminhões refrigerados. Três tinas de cervejas de marca foram distribuídas entre seguranças e funcionários. A festa precisou ser adiada para 18 de maio, na Audio Club, na Água Branca. “Foi um prejuízo de quase 200 000 reais e se a direção da casa não ressarcir, devo entrar com um processo”, diz Maluf.
Segundo comunicado da assessoria de imprensa da secretaria municipal das prefeituras regionais, o La Luna tem uma série de irregularidades. O local não possui alvará, auto de vistoria do Corpo de Bombeiros e está em um zoneamento que permite eventos para no máximo cem pessoas.
Segundo a prefeitura regional do Butantã, a casa funciona desde 2011 por conta de liminares. Neste período, a regional emitiu cerca de dez multas por funcionamento irregular. Em agosto do ano passado o local foi novamente interditado. Em dezembro de 2017, o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) autuou os responsáveis em 10 000 reais por emissão de ruído acima do permitido. Em fevereiro de 2018, a empresa teve o pedido de alvará indeferido por causa das grandes festas, uma atividade incompatível com a área. Os representantes foram orientados quanto ao procedimento para regularização, mas não reapresentaram a solicitação.
O dono, Maurício Castano, diz não entender a ação da prefeitura. “Temos alvará há mais de vinte anos, toda documentação está estritamente dentro da lei”, afirma. Ele ressalta que não desmarcou nenhum evento e que, por ora, o prejuízo é apenas de imagem. “Na verdade, estamos sendo vítimas de algo não republicano”, completa.