Músicos apresentam concertos individuais gratuitos por videochamada
Projeto organiza "plantões musicais" para pacientes com coronavírus e profissionais da saúde, sem interrupções, até a próxima segunda (17)
Quatorze músicos de vários continentes se revezam em plantões para atender a pedidos de concertos on-line individuais. O projeto Música para Respirar 24/7, idealizado pelo trompetista Bruno Luiz Lourensetto, apresenta canções de música clássica por videochamada para pacientes com Covid-19, médicos, enfermeiros e qualquer pessoa afetada pela crise da pandemia.
Desde o último dia 10, os integrantes da Sociedad Boliviana de Música de Cámara tocam canções gratuitamente, 24 horas por dia — o plantão deve ocorrer até a próxima segunda (17). Para participar, os pedidos de músicas devem ser feitos pela página da instituição no Facebook ou Instagram. Em cerca de vinte minutos, um dos profissionais entra em contato por telefone para dar início ao concerto.
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“Assim como os médicos e enfermeiros, os músicos têm feito plantões de doze horas”, conta Lourensetto, cuja iniciativa havia começado com dez pessoas na equipe. “Mas vimos que a demanda era muito grande.”
Inicialmente criada para a população da Bolívia, a ação tem ganhado repercussão desde a estreia e já foram feitos mais de 250 concertos em vários locais. “Temos recebido muitas mensagens de músicos que gostariam de participar e estamos considerando estender (os plantões) por mais tempo”, acrescenta o músico.
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Segundo ele, o repertório é escolhido na hora e cada apresentação dura de dez a trinta minutos, embora algumas tenham levado mais de uma hora. “Eu sinto a expressão relaxada nos olhos das pessoas depois de apresentar qualquer música. A maioria também costuma conversar sobre como foi afetada pelo coronavírus e o melhor que a gente pode fazer é escutar”, acredita. Em países como Portugal, Suíça e Bolívia, participam do projeto nomes como a clarinetista Camila Barrientos Ossio, o fagotista Mauricio Wayar e o violinista Gabriel Bilbao Toledo.
“Quando eu tocava na Osesp, entrava no palco por uma porta e o público por outra, com uma distância de vinte metros, talvez”, pondera. “Agora o contato é direto. Minutos antes de começar, lavo o rosto, me arrumo e o palco está pronto.”