Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Imagem Blog

Teatro

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.)

“Eclipse” apresenta um Galpão de alma gringa

Desde o mês de julho, o Grupo Galpão comemora três décadas de intensa atividade com uma mostra itinerante de repertório pela cidade. Depois de reapresentar a célebre montagem de Gabriel Villela para “Romeu e Julieta”, a farsesca “Till – A Saga de um Herói Torto”, concebida por Julio Maciel, e a profunda versão dirigida por […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 12h01 - Publicado em 5 out 2012, 20h48
 (/)
Continua após publicidade

Inês Peixoto, Lydia Del Picchia, Simone Ordones, Julio Maciel e Chico Pelúcio na montagem em cartaz no Sesc Vila Mariana

Desde o mês de julho, o Grupo Galpão comemora três décadas de intensa atividade com uma mostra itinerante de repertório pela cidade. Depois de reapresentar a célebre montagem de Gabriel Villela para “Romeu e Julieta”, a farsesca “Till – A Saga de um Herói Torto”, concebida por Julio Maciel, e a profunda versão dirigida por Yara de Novaes para “Tio Vânia”, a companhia mineira leva ao palco, desta vez o do Sesc Vila Mariana, um recente e diferente mergulho na obra do russo Anton Tchecov (1860-1904). O drama “Eclipse” traz um tema recorrente da ficção: o balanço de cada um na iminência do fim do mundo. Para o Galpão, no entanto, o espetáculo o aproxima de um teatro mais voltado à estética que às sensações e, inevitavelmente, isso causa uma profunda estranheza nos atores – que precisam investir mais na técnica, abrindo mão da emoção – e também na plateia, acostumada a um diálogo menos engessado.

Continua após a publicidade

Confinadas em um mesmo lugar, cinco pessoas (interpretadas por Chico Pelúcio, Inês Peixoto, Julio Maciel, Lydia Del Picchia e Simone Ordones) aguardam o término de um eclipse solar. Eles confrontam diferentes olhares sobre fé, felicidade, talento, vocações e caos, estreitando os limites do respeito e beirando o absurdo. Baseada em fragmentos de 150 textos curtos do autor russo, a dramaturgia coletiva cresce ao inspirar-se no estilo literário e nas visões de Tchecov a respeito da vida.

O rodízio permanente de encenadores é uma das principais características do Galpão – e o grande trunfo para tamanha produtividade, sempre tão significativa. O diálogo renovado do elenco fixo com esse convidado impede a acomodação na linguagem. Resulta em uma eterna e suada reconstrução, sem tempo para levantar pilares de vaidade. Diante da proposta de estabelecer uma relação intimista com o autor, justifica-se plenamente a opção pelo diretor russo radicado na Alemanha Jurij Alschitz no comando da encenação. Desta vez, porém, a ousadia de chamar Alschitz rendeu uma montagem com a conhecida veia poética e momentos de delicadeza, principalmente da metade para o final. O excesso formal, o rigor cênico e a sequência de monólogos para cada personagem imprimem, no entanto, uma frieza que distancia a peça do conhecido repertório do grupo. “Eclipse” é um espetáculo refinado, como grande parte de tudo o que foi levado pelo Galpão em 30 anos, mas aproxima-se muito mais de um espetáculo europeu. É frio, seco, muito formatado e influenciado, óbvio, pela visão do diretor, talvez acostumado às propostas das montagens de Berlim. E se, no final das contas, “Eclipse” não tem uma cara brasileira, ele não se parece com o Galpão.

Continua após a publicidade

Simone Ordones e Inês Peixoto em meio a 150 textos de Tchecov (Fotos:Bianca Aun)

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do SP

A partir de 32,90/mês