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Publicitária e administrador viram atores pornôs e ganham fama na internet

Conheça a intimidade de Dread Hot e Alemão, o casal que largou suas profissões e hoje "brilha" no mercado adulto

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 19 out 2018, 14h59 - Publicado em 17 out 2018, 16h01

Na última terça (9), em uma cerimônia luxuosa na Vila Leopoldina, Vitória Schwarzeluhr, de 25 anos, levou seu primeiro prêmio: o troféu Sexy Hot, considerado o “Oscar do pornô”, na categoria Revelação do ano LGBT. Antes de subir ao palco, ganhou um “french kiss” daqueles bem inspirados do “namorido”, José Castanheira Neto, 27. “No trabalho, descobri que também curto mulher”, diz a nova musa da indústria pornográfica.

Com os codinomes Dread Hot e Alemão, no mercado adulto, os dois formam uma espécie de Javier Bardem e Penélope Cruz (na verdade, estaria mais para Angelina Jolie e Brad Pitt, mas pena, os americanos se separaram). Em sua casa em São José dos Campos, produzem e distribuem em média 300 filmes amadores de sexo explícito por mês (cada um custa em média 30 reais), além de protagonizar grandes produções. A mais famosa, O Encontro, que estreou em abril no canal Sexy Hot e se tornou uma das maiores audiências do ano.

Até dois anos atrás, não passava pela cabeça de ambos que se tornariam astros da indústria pornô. Eles se conheceram em abril de 2016, apresentados por amigos em comum durante um festival de música eletrônica no interior paulista. Um mês depois, Alemão mudou-se para o apartamento de Vi (como é chamada na família e pelos amigos). Recém-formada em publicidade em uma faculdade de Santos, ela trabalhava em uma agência e Alemão possuía uma empresa que instalava serviços de telecomunicação, como NET e Vivo. Mas… Jogaram tudo para o alto ao descobrir a verdadeira vocação.

A seguir, eles falam sobre a guinada profissional, preconceitos e o futuro:

Por que largaram tudo e se tornaram astros pornôs?

Dread: Eu tinha uma amiga, Evalia, que já atuava como camgirl e ganhava uma boa grana com isso. Achei curioso e quis tentar. No final de 2016, escolhemos um codinome – Dread Hot, por causa do meu penteado e em homenagem ao Red Hot Chilli Peppers, banda que amamos. Fiz minha estreia no meu canal. Alemão estava no quarto comigo e avisei a presença dele aos internautas. O pessoal pediu que a gente interagisse. Dois dias depois, ele topou e começamos a trabalhar juntos. No primeiro mês, ganhamos a mesma quantia dos nossos empregos, aproximadamente 4 500 reais, somando as duas rendas. Após um ano, a gente começou a faturar quase dez vezes mais do que na agência e na empresa. É um trabalho que permite viagens, morar fora do país… No mês seguinte, decidimos sair de nossos empregos e viver do pornô.

Alemão: Até então, a gente nunca tinha sequer visitado uma casa de suingue. Eu tinha um certo preconceito e, principalmente, achava que a indústria pornográfica não era séria. Mas depois que conheci, vi que não era nada disso. Há pessoas superprofissionais.

No início, como foi transar em frente às câmeras?

Alemão: A Vi me pediu para ficar no quarto na primeira apresentação dela, para dar uma força. Foi lindo vê-la, fiquei excitado, senti orgulho. No início, a gente não sabia direito lidar com os internautas e alguns pedidos malucos. Agora, principalmente ela, consegue tirar tudo de letra, dizer “não” com bom humor. Como as apresentações na webcam acontecem no quarto, nunca foi difícil transar. Complicado é nos filmes, com muita gente em volta, luz, aparelhos… Ali, já precisei usar remédio.

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Vocês formam um casal monogâmico, certo? Por que esse acordo?

Alemão: A gente se ama. Não me vejo transando com outra garota e não curto homem. Também não gostaria de vê-la com outro homem. A primeira vez que a gente participou de ménage foi em frente às câmeras.

Dread: Também não me sentiria bem ver meu namorado com outra mulher. Virou um acordo nosso. Somos monogâmicos e temos um relacionamento fechado. Pelo menos por enquanto (ela ri).

Mas a Dread faz sexo com mulheres nos filmes…

Dread: Uma vez, recebi o convite de uma amiga, a Emme White, para interagir com ela na câmera. Foi tão bom e ali percebi que curto mulher também.

Alemão, você não sente ciúme das meninas?

Alemão: Das meninas? De jeito nenhum. Acho bonito, gosto de ver. E acho que ela não me trocaria por nenhuma delas, né amor? (Dread ri)

Como suas famílias reagiram à escolha de vocês?

Dread: Para mim, foi horrível no início. Não tenho muito contato com meu pai, mas contei à minha mãe, que é professora. Ela achava que eram só fotos sensuais, nua, mas acabou vendo um filme meu com o Alemão e ficou chocada. Passamos três meses sem nos falar. Minha mãe tomou antidepressivos. Mas depois ela me chamou para conversar e disse que se eu sou feliz com minha profissão, então me apoiaria incondicionalmente. Tenho um canal no YouTube e ela até deu um depoimento. É um dos vídeos mais acessados.

(veja abaixo)

Alemão: Até para mim, a grande questão era “mas você vai namorar uma atriz pornô?”. Nessa sociedade machista, tudo bem eu ser ator pornô, o problema era minha mulher se exibir. Mas tive e ainda tenho apoio da minha família, especialmente da minha irmã.

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E a sociedade?

Dread: Foi bem difícil. Meu tio paterno descobriu e começou a ligar para minha mãe e minha avó, fazendo ameaças, dizendo que eu apanharia na rua. Conhecidos fizeram um Facebook falso, mostrando minhas fotos sensuais. Minhas melhores amigas se afastaram de mim. Diziam que tinham filhos, eram casadas, não seria legal. Perdi praticamente todos os amigos do ex-trabalho e da faculdade. O pessoal olhava torto, fiquei com medo de andar sozinha na rua. A gente resolveu se mudar para São José dos Campos, para ficar mais perto da minha família. Aqui, nunca tivemos problemas. E fizemos excelentes amigos na indústria pornográfica e também na cidade.

Agora, quais os planos de vocês?

Dread: Vou estrear em breve uma espécie de programa de entrevista. Teremos convidados e depois, transamos com eles (ri). Espero nunca sair do pornô.

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Alemão: Em breve, vamos dirigir nosso primeiro filme. Sonho levar uma vida tranquila: ter uma produtora, a gente virar um casal cinquentão bem sucedido na indústria, dirigindo uma turma legal. Teremos uma casa no campo, com dois filhos muito bem criados, sem preconceitos, né, amor? (Dread ri, concordando).

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