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Por Raul Juste Lores
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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Augusta precisa acelerar mudança visual, de zeladoria e de programação

É fundamental que a rua, com mais de 350 espaços comerciais fechados, crie logo seu “distrito de melhorias”, para tomar as rédeas da regeneração

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 nov 2020, 06h00

Enquanto parte da Oscar Freire bomba, com o movimento dos paulistanos que cancelaram as viagens, inclusive as internacionais, a Augusta exibe múltiplos hematomas da pandemia. A situação é mais crítica em suas quase trinta galerias, que já não vinham bem mesmo antes do desembarque da Covid. Há pelo menos 350 pontos comerciais vazios.

É fundamental que a Rua Augusta crie logo seu “distrito de melhorias”, ou Business Improvement Districts (só Nova York tem 74 deles). São associações comerciais que assinam parcerias com o poder público para tomar as rédeas de regiões em busca de regeneração.

A Augusta atravessa duas das regiões mais densas da cidade, a Bela Vista e o Jardim Paulista. Com uma grande quantidade de moradores que poderia frequentar suas lojas a pé. Com o metrô à mão e muitas faculdades, não faltam jovens universitários por ali, como sabem os botecos do Baixo Augusta.

Galerias: apesar do formato agradável e da vizinhança populosa, muitas estão ociosas (Raul Juste Lores/Veja SP)

A lista de iniciativas possíveis é inspiradora. Como reocupar tantos pequenos boxes e espaços vazios? A própria Vejinha deu uma capa à “revolução artesanal” que criou milhares de novos designers, artesãos, chefs, confeiteiros, joalheiros, estilistas e escultores. Muitos já não cabem em seus apês ou garagens, ou não sobrevivem às interrupções do home office. Que tal atrair esses microempreendedores com aluguéis e condomínios mais baixos (hoje, esses locais arrecadam zero real, pense bem).

Assim como fizeram os lojistas da Magnificent Mile, de Chicago, um dos primeiros distritos de negócios do mundo, a Augusta poderia criar um calendário de eventos e promoções e se oferecer como palco para tantos artistas igualmente desempregados pela pandemia.

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Lista de lições de casa para o pós-pandemia: Augusta precisa de programação anual, inclusive com promoções e descontos; pocket shows, performances e atrair os microempreendedores que já não cabem em casa (Raul Juste Lores/Veja SP)

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Um grupo articulado poderia ter o poder de lobby para convencer a prefeitura a fechar a Augusta para o trânsito aos sábados e na happy hour (das 18 às 20 horas, por exemplo), como acontece na Zona Rosa de Bogotá há mais de vinte anos.

Como tudo é lento nesta terra, é bom começar essa virada já. As transformações visuais, de zeladoria e de programação, precisam chegar antes da vacina da Covid. A gestão Kassab fez uma reforma-placebo das calçadas, que continuaram estreitas e ruins. O boom imobiliário produziu prédios de costas para a rua, matando a vitalidade anterior. Mas há sinais de inteligência: a Villa San Pietro, que mistura lojas com ótimos restaurantes, como Barú e Sughetto, virou um point da Augusta de matar de inveja até a Oscar Freire.

Para servir de exemplo: a San Pietro se reinventou com restaurantes espertos, como Barú e Sughetto (Raul Juste Lores/Veja SP)
Calçadas estreitas e malconservadas não são convidativas: Augusta precisa ter horários exclusivos para pedestres (Raul Juste Lores/Veja SP)
Revitalização: Baixo Augusta viveu uma renascença na última década, sem investimento público. Mas muitos dos novos empreendimentos deram as costas para a rua, criando calçadas tristes (Raul Juste Lores/Veja SP)

Publicado em VEJA São Paulo de 11 de novembro de 2020, edição nº 2712

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