“Manifesto Inapropriado”: Arena contra a homofobia
A montagem da Cia. Histriônica fica em cartaz na sala da Rua Doutor Teodoro Baima até o dia 23
O Teatro de Arena serviu de sede para espetáculos de combate ao racismo (Arena Conta Zumbi) e à opressão (Arena Conta Tiradentes) na década de 60. Entre os debates mais contundentes da vez está o do preconceito em torno da homossexualidade, e, com base no tema, a Cia. Histriônica criou o espetáculo Manifesto Inapropriado, que ocupa a sala da Rua Doutor Teodoro Baima.
Dirigidos por Rodrigo Mercadante, os atores Lucas Sequinato e Ton Ribeiro e os músicos Paulo Ohana e Theo Yepez transitam entre o teatro dramático e a performance na construção de cenas de diálogo direto com a homofobia, a ousadia, o medo e o prazer. Um poema do espanhol Federico García Lorca e uma carta do escritor Mário de Andrade ao poeta Manuel Bandeira revelam detalhes de uma intimidade de difícil aceitação.
Mais amenos e não menos provocativos são os números em que o elenco interpreta, entre outras, a canção É que Nessa Encarnação Eu Nasci Manga, sucesso do grupo As Frenéticas, dubla O Canto da Cidade, de Daniela Mercury, e presta depoimentos sobre as manifestações da sexualidade na infância. A dramatização de situações de violência e declarações de intolerância ou deboche colhidas em jornais e na televisão retomam o peso do problema em uma montagem simples e capaz de contornar exageros e excessos discursivos tão recorrentes (90min). 16 anos. Estreou em 15/11/2017.
+ Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Rua Doutor Teodoro Baima, 94, República. Quarta a sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 30,00. Até domingo (23).