Imagem Blog

Na Plateia

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.)

“Facas nas Galinhas” ou por uma vida menos vã

O público paulistano tem como referência do autor escocês David Harrower o drama “Blackbird”, dirigido por Alexandre Tenório em 2010. Ali, o realismo da narrativa sobre pedofilia era realçado na montagem. Primeiro texto de Harrower e já apresentado em 25 países, o drama “Facas nas Galinhas” (1995) chega ao Brasil em uma encenação capitaneada por […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 10 set 2024, 17h06 - Publicado em 23 jun 2012, 15h28
Photo: Joao Caldas Fº/5D II
Photo: Joao Caldas Fº/5D II (/)
Continua após publicidade

Thiago Andreuccetti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena no drama “Facas nas Galinhas”, dirigido por Francisco Medeiros (Foto: João Caldas)

O público paulistano tem como referência do autor escocês David Harrower o drama “Blackbird”, dirigido por Alexandre Tenório em 2010. Ali, o realismo da narrativa sobre pedofilia era realçado na montagem. Primeiro texto de Harrower e já apresentado em 25 países, o drama “Facas nas Galinhas” (1995) chega ao Brasil em uma encenação capitaneada por Francisco Medeiros. Além de conhecer uma faceta mais poética do cultuado dramaturgo, ainda pouco divulgado por aqui, o espectador ganha a oportunidade de verificar como é possível tratar de um tema que parecia esgotado – a submissão feminina e sua posterior libertação – com frescor, delicadeza e caráter atemporal.

Continua após a publicidade

Repleto de simbologias e elipses, o texto aborda a capacidade de reinvenção da vida diante de oportunidades que se apresentam. Eloisa Elena interpreta uma camponesa oprimida e subserviente ao bruto marido (papel de Cláudio Queiroz). Questionadora, ela luta por um pouco de atenção e tem a rotina alterada quando um incidente no estábulo impede o marido de sair para a lida no moinho. Para fugir do prejuízo, ela vai obedientemente em seu lugar e por lá conhece um moleiro (o ator Thiago Andreuccetti), sentindo o despertar inquietações adormecidas.

O cenário de Marco Lima montado na arena da Companhia do Feijão transforma-se em múltiplos ambientes apenas com o deslocamento de uma madeira ou o levantamento de uma das plataformas. Eloisa Elena transita entre a doçura, o inconformismo e a frieza em sutis olhares e entonações de voz. Queiroz e, principalmente, Andreuccetti apresentam-se como contrapontos à altura da protagonista. No entanto, as soluções criadas por Francisco Medeiros, como chuva de farinha ou as gotas de sangue, em meio à simplicidade da produção chamam atenção não só pela criatividade como pelo talento em fazer bom teatro com poucos recursos disponíveis e poesia de sobra.

Continua após a publicidade

Eloisa Elena na montagem que explora efeitos visuais, como a chuva de farinha, para reafirmar a poesia (Foto: João Caldas)

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.