Denise Fraga e a expectativa de apresentar “Chorinho” na Virada Cultural
Carioca com a cara de São Paulo, a atriz Denise Fraga é uma das atrações da Virada Cultural, que se realiza no final de semana. Ao lado de Claudia Mello, ela apresenta a comédia dramática Chorinho no palco montado na Praça Roosevelt no domingo (19), às 15h30. Em cena, Denise interpreta uma moradora de rua […]
Carioca com a cara de São Paulo, a atriz Denise Fraga é uma das atrações da Virada Cultural, que se realiza no final de semana. Ao lado de Claudia Mello, ela apresenta a comédia dramática Chorinho no palco montado na Praça Roosevelt no domingo (19), às 15h30. Em cena, Denise interpreta uma moradora de rua que passa os dias em uma praça e inicia uma inusitada relação de amizade com uma aposentada rabugenta (papel de Claudia).
Quais as expectativas para essa apresentação na Virada Cultural? Como se dá para o ator essa comunicação com uma plateia realmente diversifica e capaz das mais diferentes reações?
Acho a Virada Cultural um acontecimento muito importante. É incrível o que acontece e fico feliz de ser convidada para participar dela. No ano passado, fizemos o Sem Pensar, com nossa casa de dois andares montada no meio do Pátio do Colégio pra cerca de 4 000 pessoas. Foi inesquecível. A reação da plateia é de gente que está feliz por estar ali, pessoas que muitas vezes nem têm acesso a um espetáculo dentro de um teatro, mas é também a reação de um público diversificado, gente de tudo que é jeito, que está ali por diferentes motivos. Eu me sinto fazendo parte de uma coisa importante e necessária estando lá, entende?
Assim como as personagens de Chorinho, você e Claudia estarão em uma praça, diante das árvores e do movimento da cidade. O fato de estar apresentando o espetáculo em uma praça pública vai transformá-lo de algum jeito, vai trazer uma nova energia para vocês?
Sem dúvida. A gente já tinha pensado em fazer uma vez numa praça. Justamente por esta característica do espetáculo e para sermos modificados pela total realidade. Agora, além de ser numa praça, vai ser num acontecimento importante para a cidade. Vai ser muito bom viver esse personagem com aquela “urbanidade” toda em volta.
Os moradores de ruas podem encontrar esse espelhamento, essa identificação com vocês? E ainda mais por você interpretar um personagem talvez próximo à realidade dessas pessoas, entende?
Claro, também tem isso. Tem muita gente que mora na rua vendo a Virada Cultural. Foi lindo ver a reação deles quando fizemos o Sem Pensar no ano passado. Como eu disse, é bonito estar ali no ” cenário perfeito”. Tomara que nossos “iguais” acreditem na gente e ainda sejam tocados pela beleza, sabedoria e poesia do texto do Fauzi Arap.
Existe alguma estratégia para prender a atenção de um público tão grande e naturalmente mais disperso?
Acho que há uma dispersão natural, mas fiquei impressionada com a reação concisa da plateia nas horas de risada do Sem Pensar. É um evento que exige concentração máxima, tudo exposto, mais barulho, enfim… Mas fico num estado de extrema felicidade por isso mesmo. Parece um show de rock. É uma experiência que acho que todo ator deveria ter.
Para o ator existe alguma diferença ao falar para uma plateia de cem pessoas, mil pessoas ou essa infinidade que deve ver vocês no domingo da Virada?
Tudo fica maior. Você não vê ninguém, só uma multidão. Dá um super frio na barriga. Mas quando você sente que eles estão ali, concentrados em você, percebe que precisa contar a sua história independente do lugar onde está.