“Maria Miss” confirma sensibilidade literária de Yara de Novaes
A diretora Yara de Novaes explicita uma sensibilidade ímpar ao aliar a alma feminina à literatura. Foi assim nas encenações de “Noites Brancas”, “A Mulher que Ri” e “As Meninas”. Adaptado por Evill Rebouças, o drama “Maria Miss” tem por base o conto Esses Lopes, de Guimarães Rosa (1908-1967), e, mais uma vez, Yara esbanja […]
A diretora Yara de Novaes explicita uma sensibilidade ímpar ao aliar a alma feminina à literatura. Foi assim nas encenações de “Noites Brancas”, “A Mulher que Ri” e “As Meninas”. Adaptado por Evill Rebouças, o drama “Maria Miss” tem por base o conto Esses Lopes, de Guimarães Rosa (1908-1967), e, mais uma vez, Yara esbanja delicadeza ao esboçar um tipo de mulher um tanto dúbio e principalmente por construir cenas de sexo com rara sutileza.
Interpretada por Tania Castello, a personagem-título nasceu Flausina e, na infância, teve a virgindade negociada pelos pais miseráveis com um integrante da família Lopes. Paciente e fria, ela teceu um surpreendente plano de vingança estendido a todos que assinavam o sobrenome. Em caracterizações inspiradas, os atores Cacá Amaral e Daniel Alvim desdobram-se para viver os quatro irmãos e um primo do clã Lopes. Tania, porém, é o destaque. Mesmo sem a idade ideal para o papel, ela convence nas diversas fases da protagonista e imprime beleza no irônico final. Confira nas sessões de terças e quartas-feiras, às 21h, do Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura.