Documentário ‘Santos de Todos os Gols’ chega às telonas
A obra relembra partidas inesquecíveis do time da Vila Belmiro por meio de imagens de arquivo e depoimentos de craques e torcedores

Nascida em 1961, a diretora paulistana Lina Chamie recorda que os primeiros jogos do Santos que viu ocorreram quando ela tinha 7 ou 8 anos, sempre na companhia do pai, o poeta Mário Chamie (1933-2011). ainda criança, virou santista fanática, capaz de descer a serra para assistir a uma partida na Vila Belmiro, a casa do Santos Futebol Clube. Lina dirige, pela segunda vez, um documentário sobre seu time do coração.
Sete anos depois da estreia de Santos, 100 Anos de Futebol Arte, chega às telas da Cinemark, no Projeta às 7, Santos de Todos os Gols. Também produzido pela Canal azul, o filme tem outro foco, além de ser um baú de memórias. O objetivo está numa façanha: o Santos é o time recordista mundial em número de gols, que já passou a marca de 12 500 bolas na rede. Pelé, o maior artilheiro, fez 1 091 gols pelo Santos, seguido de Pepe (405), Coutinho (370) e Toninho Guerreiro (283).
Craques mais recentes também são lembrados — caso de Neymar, o 13º colocado, com 138 gols, e robinho, na 17ª posição, com 111 chutes certeiros. “Meu filme não é apenas para os santistas, e sim para qualquer um que sinta emoção única ao ver um gol de seu time”, diz a realizadora. Lina mescla nomes conhecidos, como os jornalistas Xico Sá e Barbara Gancia e o cantor Zeca Baleiro, a torcedores anônimos, a fim de rememorar momentos inesquecíveis nos gramados.
Cronologicamente, e muitas vezes com imagens raríssimas, ela dá o pontapé inicial com a construção do estádio Urbano Caldeira, mais conhecido como Vila Belmiro, em 1916, passa pela gloriosa equipe formada por Carlos alberto Torres, Djalma Dias, Clodoaldo, Pelé e edu, na década de 70, e joga luzes em dois reinados: os das duplas robinho e Diego e Neymar e Ganso, já nos anos 2000. Sem esquecer, é claro, uma comemoração célebre: o milésimo gol de Pelé, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 24 de abril de 2019, edição nº 2631.