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Futuros: de dentro pra fora

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Sabina Deweik é jornalista, futurista e caçadora de tendências. Ela dedica-se a rastrear, ler e digerir o futuro, conhecimento que divide em palestras, workshops, capacitações e em sua coluna todas as segundas-feiras

Do FOMO ao ROMO: quando perder (de propósito) pode ser o seu maior ganho

Como o alívio de “perder algo” pode ser a nova forma de ganhar foco e sanidade

Por Sabina Deweik
10 nov 2025, 08h00
Do FOMO ao ROMO Quando perder (de propósito) pode ser o seu maior ganho
Do FOMO ao ROMO (Free Pik/Veja SP)
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Há alguns anos falamos muito de FOMO, o “medo de ficar de fora de algo”. A lógica é conhecida: conectar, atualizar, comparar, repetir. O feed nunca acaba e a sensação de que “deveríamos estar em outro lugar” também não.

Mas uma nova virada social e cultural vem ganhando corpo: o ROMO, relief of missing out, o alívio de perder algo. Não se trata de desistência, mas de tirar o pé do acelerador para recuperar presença e sanidade.

O ROMO nasce como antídoto direto ao FOMO, que ganhou nome na Harvard Business School no início dos anos 2000 e virou marca registrada do investidor e autor Patrick McGinnis.

A proposta é simples e subversiva: aceitar com leveza que não veremos tudo, não leremos tudo, não iremos a tudo e que isso é bom.

Ao invés de carregar culpa por “não acompanhar”, esse comportamento nos convida a praticar curadoria: dizer não para o ruído para dizer sim ao que tem sentido.

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Esse movimento não surge no vazio. Nos últimos anos, aumentou o contingente de pessoas que evitam notícias de forma seletiva, muitas relatando cansaço, ansiedade ou sensação de impotência diante do ciclo negativo.

O Digital News Report 2025, do Reuters Institute, mostra esse avanço da “news avoidance” e discute como a mídia tenta responder com formatos mais construtivos e personalizados.

Na superfície, ROMO parece um primo do JOMO, joy of missing out (a alegria de ficar de fora): estar onde se está, sem comparação e sem ansiedade performática.

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A diferença é que o ROMO adiciona uma camada de “cura” (também no sentido de curadoria): desenhar ativamente limites, rotinas e filtros para aquilo que entra na mente e ocupa a nossa atenção.

É uma tradução cultural do que muitos já sentiram na pele: o alívio de dizer “não” a um convite, de ignorar uma trend, de fechar a torneira de notificações sem remorso. Uma espécie de higiene cognitiva.

Por que isso importa para quem lidera, empreende ou cria? Em mercados ruidosos, a vantagem competitiva está em não consumir tudo. É treinar o músculo da relevância.

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Marcas que já entenderam esse mecanismo desenham experiências com menos atrito, menos push desesperado e mais valor real.

Já os líderes que adotam essa prática, protegem a atenção do time, reduzem o tecnoestresse e aumentam a qualidade das decisões.

Quer saber como aplicar na prática? Acesse a regra das “três portas”. Antes de abrir qualquer conteúdo, passe por três perguntas: isso é útil agora? Vem de uma fonte confiável? O que vou fazer com isso? Se duas respostas forem “não”, deixe passar.

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Outro ritual é a estratégia de “perder com alegria”: uma noite por semana sem telas, um fim de semana por mês sem redes, um evento por trimestre em que você escolhe conscientemente não ir.

Vale também a “dieta de notícias com propósito”. Substitua doomscrolling por boletins confiáveis.

Se a década passada foi a era da ansiedade do “não perder nada”, a próxima será a da escolha radical. Perder (de propósito) pode ser seu maior ganho.

 

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