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A Tal Felicidade

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Helena Galante reflete sobre a caixa de ferramentas da felicidade

Após meses editando os textos do blog A Tal Felicidade, a jornalista se aventura a escrever sobre suas questões internas

Por Helena Galante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 jan 2019, 06h00 - Publicado em 18 jan 2019, 06h00
Caixa de ferramentas da felicidade (TRINA DALZIEL/Getty Images)
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Tudo começou com um grande “eu desisto”. Desisto de procurar a felicidade nas coisas — os jantares incríveis terminam; as viagens para a praia às vezes têm sol, mas muitas vezes (pelo menos no meu caso) vêm só com chuva; as conquistas profissionais são extremamente sedutoras, mas parecem sempre estar ameaçadas — e se amanhã tudo virar de ponta-cabeça? Desse passo para trás, veio uma pergunta: onde então eu posso procurar e achar de verdade a felicidade? Será que não existe realização que dure para sempre? Alguém neste mundo já conseguiu alcançar a plenitude? O.k., foi uma enxurrada de questionamentos. Mas é só porque parei para olhar para tudo isso que senti uma vontade forte de compartilhar o que aprendi até agora. São passos úteis que aplico no meu dia a dia — e fico feliz de poder abrir essa caixa de ferramentas para você!

Primeiro, para trocar o sofrimento por alegria, descobri que preciso sair de dentro da minha cabeça. As minhas imaginações não dão em nada, nunca. Uma vez, morrendo de medo e preocupação, liguei para alguém que estava mais lúcido na hora e ele me perguntou: “O que está acontecendo agora, o que você está vendo?”. Bom, eu estava no meu quarto e via um cobertor, alguns travesseiros, nada exatamente assustador. Usei esse macete muitas vezes para me lembrar de que só tenho capacidade de ação sobre o que está rolando agora, então não adianta entrar no plano das confabulações.

Essa quase anedota entrega uma outra postura à qual eu recorro: eu peço ajuda. Somos mais de 7 bilhões de habitantes no planeta, é raro estarmos sós. Nenhuma vez em que pedi ajuda fiquei sem socorro. A natureza das pessoas é cuidadora. Sim, já aconteceu de eu me manter fechada e não falar nada — nesses casos, percebi que o isolamento é uma escolha, na qual eu vejo cada vez menos vantagens.

Não costumo me sentar com as pernas cruzadas e fechar os olhos para meditar. Mas aprendi que fazer silêncio mental é crucial quando qualquer situação está pegando fogo. Vale para o trabalho ou para escolher como responder àquele WhatsApp que bateu meio atravessado. Como aquietar o fluxo de pensamentos? Eu procuro tirar o foco de mim e ouvir alguém. Quando busco ser útil para quem está na minha frente, fica mais fácil sossegar o meu facho. O formato no qual essa decisão se manifesta não importa: já abracei, já busquei copo d’água, já dei um sorrisinho e foi suficiente. Aqui, só a intenção nos salva de várias armadilhas de tristeza.

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Notei que estou reclamando de algo? Puxo o freio de mão! Eu desfruto agora o privilégio da existência. Penso nessa frase e naturalmente tudo se acalma aqui dentro. Nós estamos vivos e nos encontramos aqui agora, eu escrevendo, você lendo, nós juntos. Desde outubro, quando a Vejinha estreou esta coluna, entrevisto pessoas e edito suas descobertas para você, leitor. Mas só agora entendi uma nova e verdadeira colaboração minha a ser dada. Eu precisava escrever porque estou voluntariamente no caminho de pôr todas essas ferramentas da felicidade em prática. Há dias em que tenho muito sucesso, brilho no processo de adquirir clareza mental e serenidade. Há dias em que a coisa ainda emperra. Em todos eles, sigo meu caminho tentando e posso convidar você a me acompanhar de perto. Até você e eu sermos plenamente felizes, eu não desisto. Sabe o tal #tamojunto? Eu descobri que é isso que me faz feliz.

Helena Galante
(Romero Cruz/Veja SP)

Helena Galante, editora da Vejinha e colunista da CBN, é aluna da Coexiste, escola que se aprofunda em questões existenciais. Compartilha seus passos no Instagram @helenagalante e acredita que uma conversa sincera é a melhor ferramenta. Seu e-mail é hgalante@abril.com.br.

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