Takashi Fukushima abre primeira individual após dez anos: “retorno especial”
'O Tempo e a Memória', na Galeria Frente, tem vinte trabalhos novos produzidos entre 2020 e 2025

A Galeria Frente inaugura O Tempo e a Memória neste sábado (20). Após dez anos, Takashi Fukushima, 75, volta a ter uma individual, em que apresenta vinte trabalhos novos produzidos entre 2020 e 2025. “Estava me dedicando à docência. Essa exposição é um retorno especial, em que trabalhei inspirado em pintores que admiro: Georges Braque (1882-1963) e Giorgio Morandi (1890-1964)”, explica.
Com cinco décadas de carreira, Takashi, que participou da Bienal de São Paulo em 1973 e 1975, se volta para a pintura de naturezas-mortas, mas unidas a uma influência cubista e ligadas à temática ambiental. Elas são acompanhadas por outras dez obras, de 2000 a 2020, compostas de composições sutis, meditativas e rigorosas, em que a tradição japonesa dialoga com a contemporaneidade. Ao todo, são cerca de trinta obras em acrílico sobre tela e sobre madeira.

Filho do pintor Tikashi Fukushima (1920–2001), ele lembra das viagens com o pai para Itanhaém, no litoral paulista, quando aprendeu a desenhar na areia com o também pintor Yoshiya Takaoka (1909-1978). “A pintura veio depois, mas a linguagem do desenho é como aprender o alfabeto”, diz.
Formado pela FAU-USP, Takashi foi professor do Centro Universitário Belas Artes e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde se graduou — e se aposentou recentemente. “Essa conversa que tenho com os alunos é muito revigorante, porque são pensamentos diferentes”, reflete.
Galeria Frente. Rua Doutor Melo Alves, 400, Cerqueira César, ☎ 3064-7575. Seg. a qui., 10h/19h. Sex., 10h/18h. Sáb., 10h/14h. Grátis. Até 22/11.
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de setembro de 2025, edição nº 2962.