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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas no YouTube. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

Renata Vanzetto se aventura na culinária árabe no Mico

O restaurante tem receitas de países que ficam às margens do Mediterrâneo. Leia a crítica

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 jul 2022, 06h00
Vista do salão, mesas e balcão do restaurante Mico
Salão: restaurante fica no Jardim Paulista (Ligia Skowronski/Veja SP)
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A decisão do estilo de cardápio do Mico, o mais recente restaurante de Renata Vanzetto e sócios, veio por sugestão de um aplicativo de delivery. Motivou a escolha pela culinária árabe o fato de ela viajar bem — ou seja, novos negócios são pensados também para entrega. Como aconteceu com casas que Renata montou anteriormente, caso do Marakuthai (vendido em janeiro de 2020), de inspiração tailandesa, e do asiático Mi.Ado (aliás, o Mico fica no piso superior dessa casa), o máximo que a chef e empresária, escolhida a restauratrice do ano pela mais recente edição de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, se aproximou do Oriente foi o Marrocos, de cultura árabe, no Norte da África. Na nova empreitada, porém, tomou um cuidado inédito: ela e sua equipe tiveram aulas com o cozinheiro Kamal Jamea. Ainda que haja adaptações, esse é um atraente passeio pelas 1001 noites à la Vanzetto.

Chef Renata Vanzetto posa em frente a uma parede decorada por palmeiras e micos, vestindo um avental com listras verticais em branco e bege.
Renata Vanzetto: chef do Mico (Ligia Skowronski/Veja SP)

Indicado para até quatro pessoas no menu, o platô mico leão dourado (R$ 196,00) serve mais tranquilamente apenas duas. Num prato esmaltado assentam-se ao lado do pão pita todas as pastas da casa: coalhada seca, babaganuche, homus rosa de beterraba e de coentro (não poderia faltar, já que se trata de obsessão culinária de Renata). Há dois intrusos: tzatziki, combinação grega de pepino com coalhada e ervas, e manetti, molho de pimentão vermelho assado, parmesão, limão- siciliano, páprica, nozes e castanha-decaju que mimetiza a muhamara (pimentão vermelho com nozes). Complementa-se com um quarteto de charutinhos de uva, outro de croquetes de babaganuche, um par de faláfel, cenourinha, azeitona marinadas, cubos de queijo feta, tremoço e lentilha frita, além de molho de tahine e creme de alho picante. A cozinha só precisa ser mais atenciosa com o sal, que chegou quase no limite no caso das duas versões de homus.

Platô Mico Leão Dourado - todas as pastinhas do menu (coalhada da casa, pink hommus, hommus de coentro, babaganush, manetti, tzatziki), pão pita, cenourinhas, 4 charutinhos de uva, 4 croquetes de babaganush, 2 falafels, molho de tahine, creme de alho picante, nossas azeitonas marinadas com queijo feta e tremoço e um potinho de lentilha frita.
Platô Mico Leão Dourado: um dos pratos da casa. (Ligia Skowronski/Veja SP)

A reinterpretação do mussaká (R$ 50,00) reúne lâminas de berinjela assada ao molho de tomate perfumado por canela e com dois quibes fritos e coalhada seca no topo. A cafta de cordeiro grelhada vem com o mesmo tzatziki (R$ 56,00 o par). Uma sacada para a sobremesa é a tortinha brûlé de tahine (R$ 28,00).

Confira o cardápio:
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cardápio Mico

Avaliação: BOM (✪✪✪)

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Mico
Rua Bela Cintra, 1533 (entrada pelo Mi.Ado), Jardim Paulista, telefone 98232-7677 (55 lugares). Das 12h até 15h e das 19h até 23h (sábado almoço até 16h e jantar das 19h30 até 23h30; domingo só almoço até 17h; fecha segunda).
Instagram: @restaurante.mico. Aberto em 2022.

Publicado em VEJA São Paulo de 13 de julho de 2022, edição nº 2797

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