Zona Leste recebe novos leitos e amplia sistema hospitalar
Boa parte dos moradores da região com planos de saúde procura atendimento médico em outros bairros da cidade. Para reverter esse quadro, três grupos de hospitais investem em unidades na Mooca, Anália Franco e Tatuapé
Por fora, aquela que será a terceira unidade da rede de hospitais São Luiz parece um shopping. Tamanho para isso tem. São 46 000 metros de área construída, três vezes mais, por exemplo, que o Pátio Higienópolis. Quando estiver em pleno funcionamento, o hospital, inaugurado na última segunda-feira no Tatuapé, pretende atingir a meta mensal de 800 partos, 1 500 cirurgias e 25 000 atendimentos no pronto-socorro, movimento superior ao do São Luiz do Itaim. Foram gastos 140 milhões de reais com a obra e equipamentos. A 2 quilômetros dali, a Amil prevê investimentos no mesmo patamar: 100 milhões de reais para inaugurar em 2009 um hospital no vizinho Jardim Anália Franco voltado para seus 400 000 associados que moram na região. Na Mooca, o grupo Inal, administrador do Cema, especializado em oftal-mologia e otorrinolaringologia, gastou 50 milhões de reais no Villa Lobos. Aberto há dois meses, pretende atender 20 000 pacientes no pronto-socorro e realizar 1 000 cirurgias por mês. Esses três novos hospitais (700 leitos ao todo) representam um marco no sistema de saúde privado da Zona Leste.
Com 4 milhões de habitantes, a região (a mais populosa da capital) concentra 36% dos moradores de São Paulo. Segundo uma pesquisa encomendada pelo São Luiz, 1,4 milhão dos que vivem ali têm plano de saúde. Boa parte, entretanto, procura por recursos médico-hospitalares em outros locais da cidade. Para atrair pacientes com planos de saúde de primeira linha, o São Luiz Anália Franco aposta na hotelaria: apartamentos com varanda, frigobar, TV de LCD e decoração caprichada. A ala da maternidade tem 72 leitos e uma UTI neonatal com 36 incubadoras. “Estamos criando um novo padrão de atendimento”, diz André Staffa, presidente da rede São Luiz. “Em pleno funcionamento, teremos 2.000 funcionários.”
Um dos complicados desafios desses novos hospitais é convencer os cerca de 3 500 médicos que moram ou trabalham na Zona Leste a realizar cirurgias por ali. A maioria costuma operar em outros bairros. Para que os profissionais se sintam em casa, o Villa Lobos criou um espaço reservado para eles com terminais de computadores, TVs de plasma e lanchonete. “Investimos ainda em equipamentos cirúrgicos de ponta”, afirma Luiz Carlos Lazarini, diretor executivo do Grupo Inal. “Agora pretendemos tornar o hospital uma referência para os médicos da região.”