Com camisas listradas, os integrantes do bloco Rancho Folião Paulista circulavam pelo Bexiga, em 1932, cantando paródias de músicas famosas. Eram, provavelmente, uma dissidência do Cordão dos Moderados, de operários da comunidade italiana da Água Branca. “Nas décadas de 20 e 30, havia um resgate da brasilidade e dos elementos populares, inspirado no movimento dos artistas modernistas”, afirma a historiadora Zélia Lopes da Silva, autora do recém-lançado livro Os Carnavais de Rua e dos Clubes na Cidade de São Paulo, das editoras Unesp e Eduel. “A ideia era romper com o modelo de Carnaval europeu, em que as famílias burguesas faziam desfiles de carros e bailes chiques pela cidade.”