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Vizinhos relatam momentos de tensão durante ato na casa de Temer

Moradores do Alto de Pinheiros contam que tiveram as residências vandalizadas pelos manifestantes do MTST 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h09 - Publicado em 23 Maio 2016, 12h06

Vizinhos do presidente em exercício, Michel Temer, relatam ter vivido momentos de tensão durante ato do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST) na tarde de domingo (23), no bairro Alto de Pinheiros (Zona Oeste da capital). Casas foram pichadas com palavras de ordem como “Fora, Temer” e vias foram bloqueadas. 

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Na madrugada desta segunda (23), a polícia dispersou o grupo de cerca de 150 pessoas que havia se instalado nas proximidades da residência. Na ação os policiais usaram bombas de gás e jatos d’água. Uma das vizinhas de Temer contou a VEJA SÃO PAULO que o protesto do MTST impediu o marido, que havia saído para fazer compras, voltasse para casa. “Meu filho, que estava me visitando, também não pode ir embora”, afirmou a dona de casa Queico Miyashita. Ela contou que também sofreu com os efeitos das bombas de gás, que invadiu sua casa. 

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Outra moradora, que não quis se identificar, disse ter se sentido completamente insegura durante o ato. Ela também reclamou do barulho, uma vez que um carro de som ecoava os discrusos do grupo. “Os manifestantes estavam com barracas na minha calçada. Apaguei as luzes da sala e fiquei apenas olhando por uma brecha da janela”, contou à reportagem.

A entrada de sua residência foi vandalizada. O muro foi pichado com frases contra o atual governo e sua caixa de correio foi destruída. A moradora disse ainda que ficou assustada com a ação da polícia para dispersar os manifestantes. “Só fui conseguir dormir depois das 2 horas da manhã, quando tudo ficou calmo.”

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Para a gerente de venda Heike Weber, de 53 anos, a polícia falhou na repressão ao protesto. Ela disse que, por volta das 18 horas, ligou para a polícia informando que estavam atacando sua casa, destruindo seu portão. “Eles disseram que iriam averiguar, mas demoraram muito para agir.”

Nas vias do entorno ainda é possível ver os rastros do protesto deste domingo. Muitas ruas estão com lixo espalhado nas ruas. Até colchonetes que seriam utilizadas pelos manifestantes foram encontradas pela reportagem. Funcionários de algumas casas tentavam retirar as pichações das paredes. 

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Militantes

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Na contramão do discurso da maioria dos movimentos participantes do ato, Felipe Alencar, membro da Coordenação Nacional do Movimento Coletivo Construção São Paulo, DCE Unifesp e Centro Acadêmico de Pedagogia da Unifesp, disse que “não é porque somos contra o governo Temer que queremos a volta de Dilma”.

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“O governo petista foi contra os trabalhadores. E nós que somos universitários sabemos o que é faltar até papel higiênico nas universidades. Não queremos a volta da Dilma porque não queremos retrocesso”, disse, em discurso. Segundo ele, o movimento defende, como alternativa, novas eleições e a extinção do Senado Federal.

Guilherme Boulos reforçou a tese de que os movimentos sociais não darão um minuto sequer de sossego ao governo interino de Michel Temer. “Não tem arrego. Ou sai o Temer ou não vai ter sossego”, cantava o ativista, do alto do caminhão de som.

Boulos disse ainda que o MTST não vai permitir nenhum corte de recurso dos programas de moradias populares. “Quem lutou para ter a sua casa própria não vai permitir nenhum retrocesso”, afirmou.

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