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Vila Leopoldina abriga empresas ligadas à TV, à publicidade e ao mercado editorial

Artistas, publicitários, fotógrafos e cineastas instalam-se em galpões da Vila Leopoldina e mudam a cara do bairro

Por Giovana Romani
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Enquanto os integrantes da banda Charlie Brown Jr. e a cantora Vanessa da Mata se preparam para o show, uma fila de mocinhas descoladas e rapazes de estilo largadão se forma em frente ao estúdio. Nas imediações, flanelinhas achacadores exigem 10 reais de quem quer deixar seu carro estacionado na rua. Não, não estamos na Vila Madalena nem na Vila Olímpia, bairros conhecidos pela alta concentração de jovens nos fins de semana. Antigo pólo de fábricas, o entorno da Ceagesp, na Vila Leopoldina, vem reunindo empresas ligadas à TV, à publicidade e ao mercado editorial. Só na área compreendida entre as avenidas Mofarrej e Doutor Gastão Vidigal funcionam duas agências de publicidade, duas produtoras de cinema, dois estúdios fotográficos, uma pequena editora, uma operadora de TV por assinatura, uma gráfica e um complexo de estúdios de TV e cinema. Foi no maior desses empreendimentos, os Estúdios Quanta, com 14 000 metros quadrados, que Charlie Brown Jr. e Vanessa da Mata gravaram um especial para a MTV no último dia 11.

As novidades não devem parar tão cedo. Para o próximo mês está prometida a inauguração ali da sede paulistana da TV Brasil, a tal emissora pública criada pelo governo federal. Ainda neste ano vão para lá a Cinemateca Brasileira, o grupo Ink, formado por oito empresas da área audiovisual, e a agência de publicidade Giovanni+DraftFCB. O que atrai essa turma multimídia é a combinação de grandes espaços, facilidade de acesso pela Marginal Pinheiros e aluguéis abaixo da média do mercado. O publicitário Alexandre Gama, da agência Neogama/BBH, foi um dos primeiros a se mudar de mala, cuia e Macintosh para a Avenida Mofarrej, em 2004. “Queria sair daquela atmosfera esnobe da publicidade e arrisquei”, lembra. Em vez de aproveitar a estrutura de parte de uma antiga fábrica de canetas, que funcionou entre 1956 e 1996, ele optou por derrubar o galpão de 5 500 metros quadrados e construir um imóvel novinho em folha. Com cara de galpão mesmo.

É claro que, após tamanha procura, o valor do aluguel já não é o mesmo de quatro anos atrás, quando custava em torno de 13 reais o metro quadrado. Hoje, varia entre 17 e 30 reais, dependendo das condições do imóvel. “Ainda é um bom negócio”, afirma a produtora Suzana Villas Boas, criadora do programa Saia Justa, da GNT. Na Vila Olímpia, por exemplo, o metro quadrado de imóveis com o mesmo jeitão custa de 35 a 40 reais. Suzana mudou-se em 2004. “Achavam que era louca de sair da Vila Madalena”, conta ela, que ainda incentivou o badalado fotógrafo Bob Wolfenson a montar seu estúdio na vizinhança. Um pouco afastado desse quadrilátero, mas ainda nas suas franjas, fica a O2 Filmes, produtora de longas como Cidade de Deus e o inédito Blindness. Há seis anos na Rua Heliópolis, os sócios Andrea Barata Ribeiro, Fernando Meirelles e Paulo Morelli receberam bem essa nova leva. “É ótimo termos agências e locadoras de equipamento por perto”, diz Andrea. “Perdemos menos tempo no trânsito para chegar às reuniões.”

A mudança de público chamou atenção para os problemas de calçamento, má iluminação, falta de arborização e entupimento das galerias pluviais do bairro. Após reuniões entre a subprefeita da Lapa, Luiza Nagib Eluf, e alguns dos interessados, foi desenvolvido um projeto de reurbanização para a área orçado em 1,5 milhão de reais. A expectativa é que as obras comecem em dois meses. Mas uma das maiores questões da região ficou de fora: a venda irregular de caixotes de madeira no meio da rua. O comércio clandestino deixa as calçadas intransitáveis e com cara de lixão a céu aberto.

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