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Conheça os tipos mais cobertos de tatuagens em São Paulo

A apresentadora Luize Altenhofen está entre as pessoas que optaram pelo serviço na cidade

Por Raphael Martins
Atualizado em 5 dez 2016, 15h01 - Publicado em 28 mar 2014, 19h35

No último dia 10, o canal a cabo A&E lançou a série Bad Ink aos brasileiros. A dupla de tatuadores Dirk Vernin e Ruckus utiliza um estúdio em Las Vegas, nos Estados Unidos, para reparar erros de colegas de profissão e cobrir desenhos malfeitos com uma obra mais atraente. O programa, exibido segunda-feira às 22h30, não é novidade no meio: a técnica, chamada cover-up, tem pedida frequente também na rotina dos artistas de São Paulo. 

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Nomes de ex-namorados, frases com erro de grafia e símbolos japoneses são as tatuagens campeãs cobertas nos três principais estúdios da cidade: Soul Tattoo Art & Café, Led’s e Tattoo You. Existem também os desenhos que perderam o significado para quem os carrega. Este último é o caso da apresentadora Luize Altenhofen.

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O dragão curvilíneo e de tons vermelhos no ombro de Luize toma o lugar do que era um cavalo alado, feito quando ela tinha catorze anos. “O dragão representa força e proteção, que tem muito mais a ver com a minha personalidade hoje.” A imagem faz par com a fênix que percorre as costelas e segue a temática das outras seis imagens espalhadas pelo corpo da apresentadora. Quem assina boa parte dos desenhos é Paulão Tattoo, chefe do Soul Tattoo Art & Café, na Rua Oscar Freire.

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Os trinta anos de experiência fizeram dele uma referência em cover-up. Ele conta que, na última década, a demanda por coberturas cresceu na cidade. Antigamente, um atendimento de cover era o máximo que se conseguia em uma semana. De três anos para cá, é uma por dia, segundo Paulão. “É verdade que o desenho anterior limita a nova arte: tem um tamanho, ângulo, um lugar do corpo. Mas, usando as melhores tintas e sabendo passar as cores certas por cima de outras, dá para fazer qualquer coisa. É só ser criativo e muito experiente.”

Para cobrir desenhos, não se pagam valores adicionais. Estúdios de alto padrão cobram aproximadamente 300 reais por pequenos desenhos. Sessões de duas horas batem os 700 reais. Como o cover pede conhecimento específico, vale observar a habilidade e portfolio do artista, além de ter em mente que podem ser necessárias algumas sessões extras para uma cobertura completa. 

Em outros grandes estúdios da capital, o fenômeno também se observa. No Tattoo You, no Itaim Bibi, as pedidas aumentaram de uma para até dez por semana. Para facilitar para o cliente, alguns estúdios como o Led’s, em Moema, já fazem coberturas e remoções à laser. Por lá, é possível encontrar aparelhos específicos para o trabalho desde 2009.

Por oferecer os dois serviços juntos, a procura por cobertura no Led’s passou de aproximadamente quinze para cerca de cinquenta por semana. Em um mês, são realizados de 120 a 150 procedimentos. “Para quem quer o melhor resultado, eu recomendo ao menos quatro sessões de clareamento à laser. Jogar a tinta direto no traço antigo dá a impressão que cobriu, mas vai sobressair com o tempo”, conta Sérgio Maciel, o Led’s.

Paulão discorda e desafia: “Cubro qualquer tatuagem. Se o desenho estiver muito novo, é só reforçar. Cara que manda tirar a laser é porque não tem a manha de fazer direito”.

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Remoções

Por ser um estúdio, o Led’s ainda trabalha mais com sobreposições. São 97% dos casos que buscam clareamento para fazer uma nova tatuagem cobrindo a área – apenas 3% executam a remoção total. Quem quer apagar de vez a lembrança ainda opta pelas clínicas de dermatologia.

Apesar de uma deficiência em estatísticas mais precisas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia atribui um leve aumento na demanda por remoções ao barateamento e aumento da eficácia do tratamento. Em geral, entre as clínicas credenciadas de São Paulo, a estimativa é que sejam realizados 15% mais procedimentos que há dez anos. “Só queria remover uma tatuagem quem estava disposto a fazer sacrifícios pelo emprego, por se sentir estigmatizado”, conta Denise Steiner, médica e presidente da SBD. Hoje em dia, há consultórios que tiram 70% dos rendimentos só apagando os desenhos.

Vale lembrar que, para apagar a imagem por completo, é determinante o tamanho e quantidade de cores da arte. O processo todo pode levar até dez sessões com intervalo de um mês entre elas. Os valores em clínicas de confiança na cidade partem de 400 reais por visita ao consultório. Isto porque é usado mais de um tipo de laser, cada qual com afinidade para uma cor. “É importante que seja um laser Q-Switched. O de corante pulsado serve para apagar vermelhos, amarelos e laranjas, o Ruby mostra afinidade com o preto e azul. Tudo vai depender do que o paciente tem que retirar”, explica a médica Silvia Kaminsky, dermatologista responsável pela clínica SkinLaser. Por lá, só nos dois primeiros meses deste ano foram feitas 24 remoções, 40% mais que o período no ano anterior.

Silvia ressalta ainda que, além de ter reconhecimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o paciente deve procurar por locais com equipamentos adequados (que representam um investimento de até 500 000 reais) e acompanhamento constante de um dermatologista. 

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A recomendação leva em conta o risco que ainda existe no tratamento, apesar da evolução das técnicas. Além de cicatrizes hipertróficas (aquelas saltadas e com alteração na textura da pele) e queloides, o tratamento pode desencadear alergias, algo que só se descobre com a quebra das moléculas de tinta durante a remoção. Dependendo da quantidade que cai na corrente sanguínea, o paciente pode depender de fortes antialérgicos e corticoide para tratamento. Em casos graves, a contaminação sem pronto atendimento pode levar a óbito.

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