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“Sniper” da Cracolândia se exibia com metralhadora na internet

Anderson Alves de Siqueira Bernardino Kunzle, de 28 anos, foi preso na manhã desta sexta (30) em uma pensão no centro da capital

Por Adriana Farias
Atualizado em 30 jun 2017, 19h49 - Publicado em 30 jun 2017, 18h13

A Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira (30) o atirador Anderson Alves de Siqueira Bernardino Kunzle, de 28 anos, apontado como o principal homem que realizava a segurança da facção criminosa do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Tido como “sniper” por sua habilidade com armamentos, ele é desertor do Exército em Pernambuco e foi localizado em uma pensão na rua Conselheiro Nébias.

O atirador Anderson Alves: ele diz que é inocente (Adriana Farias/Veja SP)

Kunzle era procurado pela polícia desde o dia 21 de maio, quando conseguiu fugir após uma megaoperação policial que desmantelou o “feirão” das drogas composto por trinta barracas entre a Alameda Dino Bueno e a Rua Helvétia. A reportagem já havia visto o homem na semana passada, perambulando pela área disfarçado de mendigo e usando cobertores para esconder o rosto.

Segundo o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), o trabalho de Kunzle na Cracolândia consistia em dar “expediente” atrás de veículos, na cobertura dos hotéis da área ou sob os andares mais altos fazendo vigília. Imagens de câmeras de vigilância da Guarda Civil Metropolitana (GCM) o registraram usando uma arma para atirar nos guarda civis e policiais militares no dia 4 de maio deste ano. Ele é suspeito de ter ferido um fotógrafo em uma das operações policiais na área. A imagem mostra o homem carregando uma submetralhadora no teto de um carro estacionado na Rua Helvétia. Em foto encontrada também em maio pela polícia em suas redes sociais, é possível ler uma postagem dele chamando sua submetralhadora de “Lurdinha”, ao lado de um pit bull, e dizer “Bom dia pra geral”.

Imagem retirada de sua rede social: quase sempre com a arma na mão (Divulgação Denarc//Veja SP)

Em uma sala no Denarc, ele falou a VEJA SÃO PAULO e, aos prantos, alegou inocência. “Realmente sou eu em todas essas imagens, mas em nenhuma delas eu atirei porque todas são simulacros, são de mentira”, relatou. Já as imagens e vídeos obtidos negam essa versão. “Nessa foto do Facebook eu só peguei a arma emprestada de um traficante porque ‘tava’ querendo dar uma de bonitão para me exibir para minha namorada”.

Imagem de Anderson Alves atirando contra policiais no dia 4 de maio (Denarc/Veja SP)

Kunzle relatou que permaneceu no Exército por um ano e meio, e lá aprendeu a manusear fuzis FN FAL. Desertou há dez anos porque ganhava um salário de apenas 700 reais e queria tentar a vida em São Paulo. “Era uma miséria a vida lá”, diz. Na capital, relata ter trabalhado como revendedor de carros e joias. Disse que agora faz bicos como tatuador, mas estaria pelas ruas porque também é usuário de drogas e, por isso, foi flagrado andando com traficantes. “Conheci a Cracolândia há três anos, mas não sou bandido.”

(Denarc/Veja SP)

A reportagem apurou que ele possui uma lojinha de artigos esportivos na Rua 24 de Maio, número 36, próximo à Galeria do Rock, no centro, e mora em uma casa no Jardim Jaraguá, divisa com Osasco.

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Anderson Alves em uma lanchonete na Alameda Dino Bueno: pit bull era seu cão de guarda (Denarc/Veja SP)

“Evidenciamos que ele exercia certa liderança sobre seus comparsas de barracas, cobrando, inclusive, mais empenho deles em relação à venda de drogas, e também traficava”, diz o delegado Carlos Battista, do Denarc.

Desde a megaoperação realizada no dia 21 de maio que contou com mais de 900 agentes, o Denarc já prendeu 62 pessoas, boa parte por tráfico de drogas, e continua procurando outros trinta que conseguiram fugir na ação.

A VEJA SÃO PAULO, ele disse que estava morando nas ruas, mas em suas redes sociais ostenta dinheiro, relógio e celular (Denarc/Veja SP)
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