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Seleção brasileira de beisebol faz sua estreia no Mundial

Depois de se preparar em Ibiúna, a seleção viaja para disputar pela primeira vez o Mundial de Beisebol

Por Lilo Barros
Atualizado em 1 jun 2017, 17h49 - Publicado em 22 fev 2013, 09h47

O filme Jamaica Abaixo de Zero, de 1993, baseado numa história verídica, narra a preparação na tórrida ilha caribenha de um grupo que resolve participar da Olimpíada de Inverno na competição de bobsled, corrida no gelo numa espécie de trenó. A cidade de Ibiúna, a 70 quilômetros de São Paulo, foi palco de uma experiência com o mesmo sabor exótico.

Nas últimas semanas, um elenco formado por 28 atletas realizou os ajustes finais para representar o Brasil pela primeira vez no Mundial de Beisebol, que será disputado em quatro sedes, Japão, Estados Unidos, Taiwan e Porto Rico, entre os dias 2 e 19 de março. Outras quinze seleções vão participar do torneio. O time do Japão e o dos Estados Unidos estão entre os favoritos ao caneco. A equipe brasileira figura como zebra, ao lado de outras nações sem tradição na modalidade, como Espanha e China.

As chances diminutas de sucesso não influenciaram o ânimo da pátria de bastões no período em que os esportistas estiveram concentrados em Ibiúna, no centro de treinamento mantido pela Confederação Brasileira de Beisebol. Eles ralavam de domingo a domingo.

Pela manhã, atividades com bola. À tarde, aulas táticas, preparação física e amistosos contra equipes do interior paulista. Quase tudo executado tendo como pano de fundo uma estridente trilha sonora com músicas de Michel Teló e de outros hitmakers sertanejos e latinos. “A garotada precisa se soltar, jogar no ritmo, mas também tem de aprender a se concentrar”, justificava o auxiliar técnico Mitsuyoshi Sato. “O som alto é para imitar o barulho da torcida.” O embarque da trupe para a Ásia estava previsto para quinta (21). A estreia, no dia 2, será logo contra uma pedreira: o Japão.

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As maiores esperanças do time estão depositadas sobre os ombros de uma dupla de craques paulistanos. Um deles é o center fielder Paulo Orlando, de 27 anos, um dos quinze profissionais da equipe. Quando garoto, ele tentava imitar nos gramados os chutes do seu ídolo no futebol, o meia-atacante Marcelinho Carioca, que brilhou no Corinthians na década de 90. Tempos depois, a convite de um conhecido da família, conheceu o beisebol no clube Santo Amaro, na Zona Sul. Rapidamente, ficou claro que levava muito mais jeito com o boné do que com as chuteiras.

Aos 18 anos, saiu daqui para atuar na República Dominicana, no Caribe, onde o jogo é bastante popular. Após algumas boas temporadas, foi convidado a ir para os Estados Unidos. Mora no país há sete anos e defende atualmente o time B do Kansas City Royals, que lhe paga um salário mensal de 4.000 dólares. “Com as luvas do contrato, deu ainda para comprar um carro”, conta ele.

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Trajetória parecida teve outra fera da seleção, o left fielder Tiago Magalhães, de 31 anos. Ele já se destacava por aqui nos tempos de juvenil e resolveu tentar a sorte nos Estados Unidos. Atuou por lá entre 2000 e 2004. No exterior, ainda teve uma passagem pelo Japão (de 2006 a 2011). De volta ao Brasil, passou por alguns clubes amadores e mantém a forma hoje treinando por conta própria, enquanto aguarda nova oportunidade. “É difícil viver do esporte por aqui”, afirma.

Segundo estimativas da Confederação Brasileira de Beisebol, existem cerca de 20.000 praticantes no país, espalhados por sessenta clubes. A Grande São Paulo concentra aproximadamente 10.000 deles, boa parte entre a colônia japonesa. O presidente da entidade, Jorge Otsuka, que ganha a vida como corretor de seguros, tem consciência da falta de popularidade do jogo. “Mas a classificação para o Mundial pode estimular o crescimento”, acredita.

Há três anos, a Major League Baseball, a liga profissional americana, envia técnicos ao Brasil para ministrar cursos e revelar talentos. Um desses treinadores, Barry Larkin, acabou assumindo o comando de nossa seleção. O centro de treinamento em Ibiúna, erguido em 1999, possui três campos oficiais, além de quadra poliesportiva, piscina, refeitório e dormitório. “Nos próximos cinco anos, queremos formar cerca de 20.000 novos jogadores”, sonha Otsuka.

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