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Roubos e furtos de celulares dobraram na Avenida Paulista aos domingos

O número desse tipo de ocorrência dobrou desde que a via passou a ser fechada para carros e aberta para pedestres, em outubro de 2015

Por Estadão Conteúdo
12 dez 2016, 08h37

O total de celulares roubados e furtados aos domingos no primeiro ano do programa “Paulista Aberta” praticamente dobrou. Desde que a via passou a ser fechada para carros e aberta para pedestres, em outubro de 2015, a cada domingo são registrados, em média, dezessete boletins de ocorrência por furto ou roubo de celular. Antes do programa, entre outubro de 2014 e setembro de 2015, a média era de nove.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que intensificou o policiamento após a criação do programa, mas não informou o número de policiais a mais. Moradores e trabalhadores relatam sensação crescente de insegurança.

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Dados da SSP obtidos pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, via Lei de Acesso à Informação, mostram que entre outubro de 2015 –início oficial do programa– e setembro deste ano foram registrados 2 879 boletins de ocorrência por furtos e roubos a celular. Um terço dos casos foi aos domingos, quando a via passou a ser ocupada por maior número de pessoas a pé. Já no período anterior, de outubro de 2014 a setembro de 2015, houve 1 817 registros.

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Nos 52 domingos de Paulista aberta, ladrões levaram 884 telefones, avanço de 82% na comparação com 2015. Essa taxa é superior ao aumento total de furtos e roubos na capital (3,3%).

Os protestos pró-impeachment dos dias 15 de março e 12 de abril, registraram, juntos, 255 furtos e roubos de celulares. O domingo da Parada do Orgulho LGBT, 7 de junho, foi o líder de boletins de ocorrência, 378, por telefones roubados ou furtados em 2016. O número é o triplo dos casos registrados no evento em 2014, com 103 boletins.

Para a administradora de treze prédios residenciais e comerciais na região, a advogada Raphaela Galletti, de 58 anos, a multidão distraída aos domingos na Paulista se tornou um “chamariz para os ladrões”.

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Moradora de um edifício na esquina com a Brigadeiro Luís Antônio, Raphaela criou uma estratégia para não entrar nas estatísticas de criminalidade na Paulista. Se precisa sair de casa, não leva bolsa, celular ou carteira. Enfia cartões e dinheiro nos bolsos e atravessa atenta a avenida.

“A abertura aos domingos modificou todo o meio urbano. Tem aglomeração, gente passeando com vontade de lazer, sem estar prestando atenção”, diz Raphaela, que se queixa de falta de policiamento na via.

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O presidente do Conseg (Conselho de Segurança) da Bela Vista, Luciano Martins, afirma que os ladrões assaltam pedestres na Paulista e fogem para vias transversais de bairros, como a Bela Vista.

A proporção de aumento da criminalidade com foco no celular aos domingos supera o crescimento de segunda a sábado (50%). Mesmo assim, relatos de roubo e furto de celular por pessoas de bicicleta são comuns em dias de semana.

O auditor Felipe Moreira, de 24 anos, mora a uma quadra da avenida e, por ter o celular furtado em uma quinta-feira do mês passado, redobrou o cuidado. “Aos domingos, fico especialmente alerta”, afirma.

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O empresário Henrique Coelho, de 25 anos, também evita o local no fim de semana após ter fugido de ao menos três tentativas de assalto durante a semana. “Não costumo ir aos domingos justamente pelo acúmulo de gente. O perigo aumenta”.

O “Estado” apurou que a Prefeitura e a Polícia Militar não têm parceria de combate a crimes na via. Questionada sobre isso, a gestão municipal não respondeu. Disse ainda que as ações da GCM foram intensificadas “no limite de suas atribuições”, sem dizer o total de homens a mais.

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A SSP disse que o policiamento feito pelo 11º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano “foi reorientado, especialmente aos domingos” pelo aumento do fluxo, “o que causa mais demanda de patrulhamento”. O local conta com base 24 horas por dia na frente do Parque Trianon, “além de equipes em motocicletas e bicicletas, radiopatrulhamento, agentes destacados para a Atividade Delegada e policiais à paisana”.

De janeiro a agosto, mais de 53 mil pessoas foram abordadas na via. Foram 503 ocorrências em flagrante, 15 armas apreendidas e 27 infratores recapturados, diz a SSP. Neste ano, a via ainda teve 104 manifestações, além de eventos como réveillon e Parada do Orgulho LGBT.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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