Rodoanel deixa Avenida dos Bandeirantes mais rápida

Na primeira semana de funcionamento do trecho sul do Rodoanel, lentidão na Avenida dos Bandeirantes cai até 30%

Por Sara Duarte
Atualizado em 5 dez 2016, 18h52 - Publicado em 9 abr 2010, 19h47
Rodoanel deixa Avenida dos Bandeirantes mais rápida
Rodoanel deixa Avenida dos Bandeirantes mais rápida (Mario Rodrigues/)
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Dirigir pela Avenida dos Bandeirantes, a terceira via mais movimentada de São Paulo, atrás apenas das marginais Tietê e Pinheiros, sempre foi um suplício. Com 8,5 quilômetros de extensão, ela é caminho natural para quem pretende chegar ao sistema Anchieta-Imigrantes partindo da Marginal Pinheiros — e vice-versa. Nos dias úteis, costumava receber até 85000 veículos — destes, 17000 caminhões, que ocupavam quatro das oito faixas. Ou seja, congestionamentos a perder de vista. No último dia 1º, quando foi liberado o trecho sul do Rodoanel, esse cenário caótico deu sinal de mudanças. Milhares de motoristas de carros de passeio aderiram ao novo trajeto, assim como caminhoneiros vindos de vários estados deixaram de trafegar por dentro da capital. O reflexo na Bandeirantes foi imediato. A Secretaria Municipal de Transportes estima que a avenida passou a receber 9000 caminhões a menos por dia — a expectativa é que esse número chegue a 12000. “O volume de trânsito na Bandeirantes caiu até 30%”, afirma o secretário de Transportes e Serviços, Alexandre de Moraes.

Construído pelo governo do estado ao custo de 5 bilhões de reais, o trecho sul do Rodoanel faz parte de um anel viário metropolitano projetado para interligar as estradas que desembocam na cidade, passando por sete municípios da Grande São Paulo. O trecho oeste, inaugurado em 2002, faz a ligação entre as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Com o novo traçado, o Rodoanel oferece acesso a essas cinco estradas e também à Imigrantes e à Anchieta. No primeiro dia de operações, véspera do feriado da Sexta-Feira Santa, o trecho sul atraiu 29000 veículos. Na quarta-feira (7), esse número saltou para 86911.

 

Fernando Moraes

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Nesse dia, saindo às 16h25 pela entrada do Rodoanel na cidade de Embu, a reportagem de VEJA SÃO PAULO levou cinquenta minutos para chegar a Santos. A volta, pela Rodovia dos Imigrantes, passando pela Avenida dos Bandeirantes até o bairro de Pinheiros, na Zona Oeste, consumiu 45 minutos. Em pleno horário de rush e com chuva, foi surpreendente deparar com tráfego fluindo bem na Bandeirantes — o número de caminhões não chegava a cinquenta. Uma paisagem dos sonhos. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 19h30 daquela noite, essa via não apresentava nenhum quilômetro de lentidão. No mesmo horário, a Marginal Pinheiros tinha 18,2 quilômetros de congestionamento e a Tietê, 9,4 quilômetros. Quem trabalha ou mora no entorno da Bandeirantes também deve sentir os efeitos da mudança. “Com milhares de veículos trocando a Bandeirantes pelo Rodoanel, diminuem sensivelmente o barulho e a quantidade de poluentes no ar em bairros como Aeroporto e Planalto Paulista”, afirma Nelson El Hage, diretor de operações da Dersa, empresa que administra o trecho sul. Engenheiro e ex-presidente da CET, ele admite que o novo trecho do Rodoanel ainda precisa de ajustes de sinalização. “Muitas pessoas se confundem para escolher a entrada correta e depois retornam onde é proibido”, afirma. Ao longo da semana, diversos caminhões foram flagrados fazendo imprudentemente conversão em uma faixa de asfalto no canteiro central. Na Rodovia Régis Bittencourt, só existe uma placa de sinalização indicando onde fica o novo trecho do Rodoanel. Por isso, é comum os motoristas perderem a entrada e seguirem no sentido Curitiba. Para voltar à pista que vai ao sistema Anchieta-Imigrantes, é preciso trafegar por 5 quilômetros até o município de Taboão da Serra para fazer o retorno. Nos próximos dias, a Dersa promete abrir licitação para a confecção de placas e faixas de sinalização para tentar corrigir esse tipo de falha. “Vamos sinalizar melhor a estrada e distribuir planfletos explicativos”, diz El Hage.

 

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