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Raposo Tavares: média de veículos na rodovia subiu 52%

Em dez anos, a média diária de veículos que circulam pelo trecho mais engarrafado da rodovia – entre os quilômetros 34 e 9,8 – quase dobrou

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

O tráfego intenso da Rodovia Raposo Tavares obrigou o empresário José de Vasconcellos a manter duas casas. Quando não tem compromisso em São Paulo, ele dorme com a família em um condomínio fechado em Cotia, na região metropolitana. Mas é só surgir uma reunião de manhã na capital para que Vasconcellos mude para seu apartamento no Morumbi. “É o único jeito de estar na cidade às 8 horas”, afirma. “Não dá para cumprir horários com a Raposo parada desde o quilômetro 21 até a entrada de São Paulo.” Morador da Granja Viana, o oftalmologista Enrique Sidi também se adaptou aos congestionamentos quilométricos, que se tornam infernais das 6h30 às 9h30. Para escapar deles, acorda todo dia às 5 da manhã. “Não posso perder a hora: se sair depois das 6h15, já está tudo atravancado”, diz.

Em dez anos, a média diária de veículos que circulam pelo trecho mais engarrafado da rodovia – entre os quilômetros 34 e 9,8 – quase dobrou. Passou de 88 000 para 160 000. O maior boom, no entanto, se deu nos últimos cinco anos, período em que o tráfego cresceu 52%. Uma das explicações, segundo os especialistas, é a inauguração, em 2002, do trecho oeste do Rodoanel, que passou a cortar a Raposo no quilômetro 20,5. “Ele despejou mais veículos numa estrada já saturada, antiga e que não foi planejada para receber todo esse fluxo”, explica o gerente do DER de Cotia, Gerson Sancinetti de Oliveira. “Para fugir da Castello Branco, muitos moradores de Alphaville utilizam o eixo Rodoanel–Raposo Tavares, o que piora a situação.” Segundo Oliveira, mais da metade dos motoristas que circulam hoje pelos 24 quilômetros mais críticos da rodovia são moradores de condomínios de classe média alta, como a Granja Viana.

O início das obras do Rodoanel, em 1998, desencadeou um boom imobiliário na região. De lá para cá, o número de lançamentos em Cotia aumentou quatro vezes, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Em 22 anos, o antigo reduto agrícola de chácaras e pequenas propriedades ganhou 1,2 milhão de metros quadrados construídos e 9 135 unidades. E continua a crescer. Até o fim de 2007, Cotia deve receber treze lançamentos, um recorde. “A região e a rodovia nunca estiveram preparadas para acomodar tamanha transformação”, diz o arquiteto Sérgio Zaratin, especialista em planejamento urbano. As possíveis soluções para o problema serão discutidas no 1º Fórum do Eixo Metropolitano Raposo Tavares, que será realizado no sábado (1º), na Granja Viana (informações pelo tel: 4612-9728).

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