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O aluguel está mais barato: custo atinge menor índice em vinte meses

Na Vila Nova Conceição, que tem um dos metros quadrados mais caros da cidade, houve queda acumulada de 7,5% no valor do aluguel

Por Sérgio Quintella
Atualizado em 1 jun 2017, 16h07 - Publicado em 10 jun 2016, 19h02
Bairro Vila Nova Conceição
Bairro Vila Nova Conceição (Germano Luders/)
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Em fevereiro, o músico Diego Silveira e a blogueira Bruna Unzueta cansaram do trânsito constante embaixo da janela do apartamento de 70 metros quadrados onde moravam, na movimentada Rua Heitor Penteado, no Sumarezinho, na Zona Oeste. Ao partirem em busca de um local mais tranquilo, calculavam que teriam um gasto bem superior aos 5 000 reais pagos pelo aluguel à época.

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Quinze dias depois, no entanto, iniciavam as tratativas para ocupar um imóvel de 120 metros quadrados na pacata Rua Filipinas, no Alto da Lapa, por 4 000 reais ao mês. “Eu estava preparado para desembolsar muito mais, e essa economia foi uma grata surpresa”, diz Silveira.

O cenário encontrado pelo casal é semelhante ao que aparece nas negociações de compra de imóvel na capital e que resultam em redução de preço de até 30%. A retração média no valor do aluguel ficou em 13% na capital em março deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).

Detentora do metro quadrado entre os mais caros da cidade, a Vila Nova Conceição, na Zona Sul, lidera o ranking, com queda acumulada de 7,5% apenas nos cinco primeiros meses deste ano, de acordo com levantamento da plataforma Imovelweb, que reúne mais de 100 000 ofertas de apartamento em São Paulo (veja o quadro abaixo).

infográfico alugueis
infográfico alugueis ()

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Outros bairros que aparecem com destaque na pesquisa são Lauzane Paulista, na Zona Norte (6,5%), e Itaim Bibi, na Zona Sul (6,2%). Em outros serviços que monitoram o setor, a diminuição verificada foi maior. Na imobiliária virtual QuintoAndar, a campeã é a Vila Madalena, na Zona Oeste, com 16% de redução em apenas um mês, entre fevereiro e março deste ano.

Nesse contexto, há paulistanos conseguindo desafogar um pouco o orçamento mensal. Depois de morar dois anos em um apartamento de 49 metros quadrados na Vila Mariana, o analista de sistemas Ives Mansur Duda resolveu mudar-se para gastar menos. Em abril, ao trocarem o bairro da Zona Sul pela Vila Prudente, na Zona Leste, ele e a esposa passaram a economizar 1 250 reais, a metade do que desembolsavam mensalmente com o aluguel e o condomínio do prédio anterior. Além disso, agora estão instalados em um espaço maior, com 54 metros quadrados. “Ficamos um pouco mais distantes do centro, mas compensou muito”, diz Duda.

Ives Mansur Duda ALUGUEL
Ives Mansur Duda ALUGUEL ()

O fenômeno ocorre na contramão do crescimento do principal balizador dos valores de aluguéis, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas, que saltou de 3,5% acumulados em doze meses até setembro de 2014 para 10,6% em abril deste ano.

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Um fator que justifica o tombo nos preços é o aumento da oferta. Em agosto de 2015, São Paulo tinha 100 000 residências para locação, o que representava 26% dos negócios no setor imobiliário. Neste ano, o montante subiu para 137 000, equivalentes a 30% do total, em decorrência da queda nas vendas e do aumento nos estoques. A conta é simples: sem conseguir vender, a saída para os proprietários é alugar.

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“Com mais itens disponíveis na praça, os preços naturalmente caem”, afirma o CEO da Imovelweb Mateo Cuadras. “Hoje, o poder de negociação está totalmente nas mãos do locatário”, completa. Apesar da queda nos preços, corretores tentam enxergar algo positivo na situação. Principalmente porque o número de contratos novos fechados no primeiro trimestre deste ano cresceu 28%, contra 21% em período idêntico de 2015. “Estamos alugando mais. O momento não é necessariamente ruim para as empresas”, diz o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.

O interessado em pôr seu imóvel à disposição para locação deve adequar-se aos novos tempos e preparar-se para negociar preços mais baixos, principalmente no caso das residências mais valiosas. Enquanto a vacância média de um apartamento com um quarto é de 28 dias, a de propriedades maiores, com três ou mais dormitórios, pode superar cinquenta dias.

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Segundo especialistas, há alguns fatores que colaboram para agilizar o negócio. Se a residência contar com armário embutido na cozinha, por exemplo, a chance de ela ser alugada é quase dez vezes maior do que a de uma unidade sem essa facilidade. Outras vantagens muito apreciadas no mercado são a presença de boxes de vidro nos banheiros, a permissão para a permanência de animais e a existência de garagens fixas no estacionamento.

 

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