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Historiadora está à frente de projeto de capacitação na periferia

ONG demanda 5 milhões de reais por mês para funcionar

Por Ana Luiza Cardoso
Atualizado em 20 mar 2017, 14h01 - Publicado em 17 mar 2017, 20h47

No início dos anos 70, a historiadora Vera Masagão pensava apenas em seguir a carreira de professora da prestigiada escola britânica St. Paul’s quando sua vida passou por uma reviravolta ao se casar com o operador da bolsa de valores Luiz Masagão Ribeiro.

Acabou abandonando a profissão e, após ser apresentada a uma entidade beneficente apoiada pela família do marido, resolveu dedicar-se à missão. Aos 67 anos, ocupa, desde 1992, o posto de presidente do Projeto Arrastão. Criada em 1968, a iniciativa promove cursos de capacitação profissional em diferentes áreas de atuação entre moradores de bairros da periferia, sobretudo no Campo Limpo, na Zona Sul.

Para os jovens, há aulas extracurriculares de artes, informática, gastronomia e moda, além de orientação vocacional. Há ainda por ali o ArraStart, programa de desenvolvimento de startups e empreendedorismo. A fim de facilitar a participação de mães, existe o serviço de creches no local. “O objetivo é equilibrar a desigualdade e preparar essas pessoas para a concorrência no mercado de trabalho”, diz Vera.

A um custo de 5 milhões de reais por ano, o Arrastão é sustentado por doações de empresas privadas e através de um convênio com as secretarias municipais de Educação e de Assistência e Desenvolvimento Social, que bancam mais da metade desse total. Outra forma de obtenção de recursos é a realização de eventos beneficentes, como a Corrida pela Cidadania, que ocorre desde 2002, sempre em dezembro, no Estádio do Pacaembu.

Com 108 funcionários e 102 voluntários, estima-se que, desde a sua abertura, o projeto tenha beneficiado cerca de 95 000 pessoas, mais de 11 000 apenas no ano passado. Entre elas está a costureira Neide Silva, moradora do Campo Limpo. Em 2003, ela queria apenas um lugar para deixar os dois filhos, de 1 e 2 anos, enquanto procurava emprego. Ao descobrir o Arrastão, decidiu matricular- se também em oficinas de bordado e modelagem.

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Hoje, tem o próprio ateliê de costura no bairro. “Eles apostaram em mim e eu descobri o que fazia bem”, conta. Satisfeita com os resultados, Vera nunca mais cogitou voltar a lecionar. “Participar dessa iniciativa me fez crescer como pessoa. Não me vejo fazendo outra coisa pelo resto da vida”, afirma.

Projeto ArrastãoRua Doutor Joviano Pacheco de Aguirre, 255, ☎ 5843-3366. arrastao.org.br.

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