“Sou o que eu quero ser”, diz professora hostilizada na manifestação
Com uma camisa vermelha, professora de 70 anos foi ofendida em ato na Avenida Paulista
Moradora da região da Avenida Paulista, a professora Inoil Rodrigues, de 70 anos, decidiu aproveitar o domingo (16) para acompanhar a manifestação contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff. Apesar de não compartilhar dos mesmos pensamentos que os participantes do ato, ela queria ver a “festa” – forma como descreveu o acontecimento.
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Com uma blusa vermelha estampada com bolinhas e um casaco da mesma cor, Inoil tentou caminhar entre os manifestantes, mas não passou despercebida por muito tempo. Rapidamente, alguns começaram a questioná-la sobre suas preferências políticas. “A senhora é comunista?”, perguntaram alguns. Os mais exaltados chamaram a professora de “louca”, “marginal” e outras ofensas mais agressivas. Gritos de “vai trabalhar” e “volta para Cuba” também foram ouvidos.
“Me xingaram muito. Não fiquei com medo, somente nervosa”, disse Inoil, após conseguir se afastar do grupo. Segundo a professora, as ofensas começaram assim que ela chegou à avenida. “Moro aqui perto e vim participar da festa.”
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Para Inoil, que assume ser simpatizante do PT, o simples fato de usar uma blusa vermelha não é motivo para determinadas atitudes. “Isso aqui é uma democracia. Eu sou o que eu quero ser.” A professora acredita que faltou educação para alguns. ”Sou brasileira, tenho meus direitos”, disse a professora, que foi acompanhada em segurança por um manifestante que vestia uma camisa com as cores do Brasil.
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