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Prefeitura anuncia reforma de praça, mas só entrega campo de várzea

Subprefeito da Sé, Roberto Arantes afirma que “talvez seja erro na placa”; reforma custou pouco mais de 700 000 reais

Por Matheus Prado e Ricardo Chapola
15 mar 2019, 18h36

Quem passa pela Praça Nicolau de Moraes Barros Filho, ou Parque Barra Funda, fica com um ponto de interrogação na cabeça. De um lado, um campo de várzea novinho em folha, com grama sintética, sistema de drenagem e alambrado. Do outro, uma praça abandonada, com lixeiras e mesas quebradas, brinquedos velhos, poças de lama e muito lixo espalhado pelo local.

Na placa da prefeitura que identifica a obra, instalada na entrada do espaço, lê-se “reforma da Praça Nicolau de Moraes Barros Filho”, mas a realidade é outra. O empreendimento só diz respeito ao campo de futebol. O subprefeito da Sé, Roberto Arantes afirma que “talvez seja erro na placa. O objeto da emenda e do contrato é só o campo de futebol.”

Placa indica reformas na praça (Matheus Prado/Veja SP)

Márcia da Silva trabalha como recepcionista na região e estranhou a nova paisagem. “Está esquisita essa reforma. Arrumaram o campo, mas um espaço desse tamanho e nem árvores tem”, diz. A aposentada Joana Império, que caminhava diariamente no local, reforça a bronca. “Fizeram a ‘Arena Barra Funda’, mas tiraram até nossa pista de caminhada”, brinca. O designer Daniel Sallum também argumenta que o local precisa de mais segurança. Muitos moradores de rua passam o dia e até dormem por ali.

Responsável pela emenda parlamentar na Câmara Municipal, o vereador Dalton Silvano (DEM), afirma que, inicialmente, foi obtida verba de 1 milhão de reais, para instalação de sistema de drenagem, grama e alambrados. Na licitação o valor caiu para pouco mais de 700 000 reais. Agora, o vereador pleiteia uma segunda emenda, no valor de 380 000 reais, mas novamente a praça foi deixada de fora. No Diário Oficial, consta que o dinheiro seria utilizado para “Construção de Sanitários e Banheiros no local.”

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O legislador argumenta que, caso a construção dos vestiários não esgote os recursos, também vai, finalmente, revitalizar a praça. Mas, se for preciso, está disposto a requerer uma terceira emenda para garantir a obra. Em reunião com associação de moradores, ficaram acordadas uma série de melhorias: cachorródromo, aparelhos de ginástica, playground e pista de caminhada.

Praça tem muito lixo acumulado (Matheus Prado/Veja SP)

Campo. Quando ficar pronto, o recinto será um dos Clubes da Comunidade (CDC) da cidade, ou seja, cedido pela prefeitura, mas mantido pelos utilizadores. No caso, as entidades responsáveis são o clube de futebol amador Classe A e a associação de moradores do bairro. Em 2018, uma reportagem de VEJA SÃO PAULO revelou que muitos destes locais ficam com manutenção precária e que, sem ajuda, a comunidade tem dificuldades de manter os campos em bom estado.

Presidente do Classe A, José Luis diz que o espaço vai ser excelente para a integração dos moradores do bairro, que tem carência de opções esportivas. A ideia é oferecer escolinha de futebol para crianças e jovens, além de futebol feminino. “Essa foi só a primeira etapa, agora precisa reformar o restante da praça.”

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