As margens fétidas do Tietê servem de ateliê e de inspiração para o pintor Eduardo Marques de Jesus, o Edu das Águas. Há pelo menos quinze anos ele retrata a paisagem do rio, tema até agora de mais de 350 telas.
Por que o Tietê?
Sempre gostei de pintar água e mar. Em 1991, eu estava parado no trânsito da Marginal Tietê e pensei: por que vou ao litoral se o rio está perto de casa?
O que costuma retratar?
Nas obras, o rio sempre aparece mais bonito que na realidade. Pintei doze das dezessete pontes, as luzes do pôr-do-sol, os eucaliptos que hoje não existem mais e flores que via no meio da poluição.
Quais as principais dificuldades do trabalho?
No começo, eu usava uma máscara para aplacar o cheiro. Fui assaltado duas vezes e passei a trabalhar com seguranças. Já caí, fiquei com água pelo pescoço e tive de tomar muitas vacinas.