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PCC ordena: “rivais devem ser torturados devagar antes da morte”

Interceptações telefônicas do Ministério Público Estadual relacionam mais de uma dezena dessas execuções

Por Estadão Conteúdo
6 jul 2018, 14h17

Denúncia feita pela Operação Echelon mostra que o Primeiro Comando da Capital (PCC) criou regras para matar rivais. Eles devem ser executados devagar, sob tortura e com muita crueldade. Interceptações telefônicas do Ministério Público Estadual relacionam mais de uma dezena dessas execuções. Em uma delas, a cúpula do PCC proíbe que a vítima – acusada de pertencer ao Comando Vermelho – seja morta a tiros. A ordem é matar “na faca” e tirar foto do morto.

Os integrantes de facções rivais são chamados pelo PCC de “lixo” Há na denúncia relatos de execuções em Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais, no Ceará, em Roraima, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Norte. A contabilidade dos assassinatos também era feita pela facção. Em 29 de outubro de 2017, um bandido anotou: “Estado Ceará, pá (morte) cinco lixos”.

A cúpula enviou armas aos integrantes nos Estados em onde havia guerra com grupos inimigos e planejou mandar reforços de São Paulo. Além dos Estados do Norte e Nordeste, onde o PCC busca dominar a rota do tráfico de drogas do Rio Solimões, na Amazônia, e o envio de drogas à Europa, o grupo investe para dominar o tráfico em Santa Catarina. Ali, o interesse é pelo Porto de Itajaí.

As interceptações também mostram a facção planejando a morte de agentes prisionais federais por ordem de Roberto Soriano, o Tiriça. Integrante da Sintonia Final, ele foi enviado à penitenciária federal de Catanduvas (PR) após se envolver com atentados em São Paulo. Em 2016, por achar que o sistema da prisão era muito rígido, determinou que um agente prisional – Alex Belarmino Almeida da Silva – fosse morto, o que aconteceu em 2 de setembro de 2016. A vítima foi atingida por mais de vinte disparos.

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Ainda nos presídios federais, o PCC tentou usar um membro de uma pequena facção, a Cerol Fino, para matar dois “troféus”. Um deles era o preso José Márcio Felício, o Geleião, ex-membro da cúpula do PCC, e o outro era o detento José Roberto Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, líder da Família do Norte (FDN). O plano falhou.

A revolta contra o que a facção chama de “opressão carcerária” está por trás não só dos atentados praticados pelo grupo, mas também de outras estratégias, como a promoção de protestos. As interceptações detectaram que o PCC estava por trás de uma manifestação em Brasília com cerca de 1 200 pessoas, em 25 de janeiro de 2017. A facção arrumou ônibus e confeccionou faixas.

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