Casas noturnas voltam a funcionar após luto por vítimas no RS
Operação da prefeitura e bombeiros checa itens de segurança em espaços de aglomeração após incêndio que matou 241 pessoas em Santa Maria (RS)
Casas noturnas conhecidas da noite paulistana voltam a abrir as portas nesta semana após terem anunciado a suspensão da programação por luto pelas vítimas do incêndio que deixou ao menos 241 mortos numa boate em Santa Maria (RS).
Os clubes Lions e Yacht (Centro), que anunciaram uma pausa em memória aos mortos na tragédia, e o Studio SP (Rua Augusta), que cancelou parte da programação para uma averiguação, na semana passada, voltam a funcionar normalmente esta semana, segundo suas assessorias. Outras casas como Alley e Neu, na Barra Funda, Inferno, na Rua Augusta, e Funhouse, na Rua Bela Cintra, vão continuar fechadas.
O Inferno, que foi fechado após blitz no fim de semana, ainda está em processo de regularização e a Funhouse declarou, por meio de assessora de imprensa, que suspendeu a programação para melhorar a infraestrutura do espaço.
Durante o fim de semana, teve início a Operação Delegada, que une bombeiros e fiscais do Contru (Departamento do Controle de Uso de Imóveis) para verificar itens como extintores e portas de emergência. Além disso, os fiscais checam se a capacidade máxima de frequentadores é seguida.
Devido à atuação da operação, é importante que, antes de sair de casa, o frequentador ligue para o estabelecimento que pretende ir para saber se realmente estará funcionando.
Em paralelo, o Corpo de Bombeiros iniciou, há uma semana, a Operação Prevenção Máxima, que consiste numa vistoria de casas noturnas no estado de São Paulo. No primeiro dia, foram visitados 39 estabelecimentos. Destes, 24 não tinham o auto de vistoria.
Saiba quais itens de segurança devem ser observados numa balada com capacidade para até 750 pessoas:
Lotação:
Logo na entrada, é preciso estar visível quantas pessoas são permitidas dentro do espaço. “Pela legislação, é autorizada até duas pessoas por metro quadrado”, explica o tenente
Luzes de emergência:
Seja um incêndio ou apenas uma queda da energia, as luzes devem se acender e placas sinalizadoras devem indicar a saída mais próxima. Caso uma dessas luzes estiver queimada durante a vistoria, o proprietário tem cinco dias para trocá-la
Detector de fumaça:
Todos os detectores são testados. Assim que a fumaça atinge o aparelho, um alerta é emitido a uma central da casa, onde um funcionário treinado verifica o que está ocorrendo. Se realmente for um incêndio, deve-se acionar os bombeiros. Se em dois minutos, a pessoa não tomar nenhuma providência, os bombeiros são acionados automaticamente
Extintores de incêndio:
Devem estar dentro do prazo de validade e com recarga aprovada pelo Inmetro. Os equipamentos têm de ficar de dez centímetos a 1,60m do chão, em local visível e em condições de uso
Hidrantes:
Não há necessidade de estar pintado de vermelho, porém a sinalização do local onde está o hidrante é obrigatória. A mangueira deve estar dobrada de forma correta e em perfeito estado. Durante uma vistoria, os brigadistas da casa testam os equipamentos
Saídas de emergências:
As saídas são determinadas pelo tamanho do espaço. Do ponto mais distante da casa até a porta, uma pessoa deve percorrer apenas 30 metros. Mais do que isso, deve existir uma outra porta ou mais itens de segurança. As barras antipânico devem estar desobstruídas de forma que uma pessoa fraca consiga abri-la. Sua abertura deve ocorrer sempre para o lugar mais seguro, a rua
Revestimento:
Tanto as paredes quanto o teto devem ser revestidos com material resistente às chamas
Registro de Recalque:
Fica na calçada, do lado de fora da casa. É de lá que os bombeiros vão ligar a mangueira do caminhão para combater o incêndio. Devem estar tampados e lacrados
Uso do gás e a casa de bomba:
Butijões de gás não podem estar no local onde as pessoas se concentram. Se forem utilizados, devem estar em uma cozinha com saída própria. Já a casa de bomba deve estar em perfeito estado, já que é dela que a pressão da água dos hidrantes vai sair