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O que as casas noturnas fazem para coibir o consumo de drogas nos toaletes

Conheça as medidas adotadas

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h32 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

Para dificultar possíveis farras ilícitas dos baladeiros, algumas casas noturnas da cidade decidiram adotar em seus toaletes técnicas à la Big Brother. O objetivo é ampliar a vigilância e dificultar o uso de drogas, sobretudo as aspiradas, caso da cocaína e da ketamina. Na The Week, na Lapa, um buraco de 7,5 centímetros de diâmetro na parte superior da porta do banheiro principal permite que os seguranças vejam dentro dos reservados, que atendem homens e mulheres. Em um mês, os outros três banheiros da casa também vão contar com essa espécie de olho mágico antidrogas. “É um meio de controlar qualquer abuso, e até de socorrer quem bebeu demais”, avalia o sócio André Almada. Ele garante que a equipe da boate só espia aqueles com comportamento suspeito. “Optamos ainda por portas suspensas, que permitem essa primeira averiguação.” Vãos de 20 centímetros de altura na parte inferior das cabines também estão entre os recursos utilizados pelo Museum, no Brooklin. “Além disso, há pequenas frestas entre as portas”, acrescenta Tarik Taha, um dos proprietários.

O advogado Sergio Tannuri, especialista em defesa do consumidor, afirma que essa prática configura invasão de privacidade. Segundo ele, as baladas poderão sofrer processos por danos morais de clientes que se sentirem constrangidos. “Quem vai garantir que não vão observar nem registrar a intimidade das pessoas?”, diz. É exatamente esse o receio da estudante Natália Azevedo, de 24 anos. “Já pensou se alguém tira uma foto minha ou faz um filminho com a câmera do celular e coloca na internet?”, questiona ela, frequentadora da casa.

O Sonique, na Consolação, construiu um banheiro 100% branco. “Fugimos de criar um clima underground para não estimular o consumo de drogas”, conta o sócio Beto Lago. Segundo a psicóloga Silvia Brasiliano, coordenadora do Programa de Atenção à Mulher Dependente Química, da Universidade de São Paulo, tais medidas dificultam o consumo. “Por terem a mesma cor, a cocaína e a tampa da privada podem se confundir”, diz ela. Para Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp, a espionagem não resolve a questão, pois substâncias sintéticas como ecstasy e LSD podem ser ingeridas em praticamente qualquer ambiente. “Mas qualquer medida para inibir o uso é bem-vinda.”

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