O melhor e o pior concerto de 2009
Críticos e repórteres de VEJA SÃO PAULO contam o que viram de bom e de ruim durante o ano
O MELHOR
A grande expectativa do ano era a turnê da Filarmônica de Israel, que trouxe um repertório um tanto manjado. Ao contrário, o Emerson String Quartet, criado em 1976 em Nova York, soube unir técnica impecável a uma escolha criativa de repertório. Em duas noites na Sala São Paulo, em julho, Eugene Drucker e Philip Setzer (violinos), Lawrence Dutton (viola) e David Finckel (violoncelo) extraíram o máximo de obras de um clube variado de compositores — Shostakovich, Charles Ives, Schubert, Ravel, Haydn e Dvorák. Uma ótima estreia brasileira do quarteto de cordas, já considerado pela revista Time “o melhor da América”.
O PIOR
Num ano especialmente devagar para o canto lírico — não houve temporada de ópera no Municipal, em reformas —, o tenor italiano cego Andrea Bocelli fez um concerto ao ar livre no Parque da Independência. Apesar de nunca ter sido levado a sério pela crítica, há quem ainda veja seus discos, que mesclam árias operísticas, canções napolitanas e música pop cafona, como uma porta de entrada para o mundo erudito. Com uma orquestra fraca, que não ajudou em nada a voz limitada do cantor, o show teve como melhor momento o instante em que o convidado Toquinho revelou “sem querer” a gravidez de Ivete Sangalo, também presente no palco.